Todas as 15 escolas infantis particulares de Ijuí estão com atividades remotas, ou seja, a distância, em razão da pandemia da Covid-19. È a mesma situação dos educandários públicos. Isso já dura quatro meses.
Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, a presidente do Conselho Municipal de Educação, Magali Bigolin Pizutti, ressaltou que as creches privadas se desdobram também para honrar os compromissos financeiros.
Isso porque, existem os custos fixos, como aluguel, além do pagamento de professores e funcionários. No entanto, muitos pais cancelaram as matrículas dos filhos, visto que as escolas estão fechadas, o que reduz drasticamente as receitas dos educandários.
Magali Bigolin Pizutti observou que até o momento o Conselho Municipal de Educação de Ijuí não recebeu pedido de fechamento de escolas infantis particulares. Ela destacou que os educandários buscam ajuda financeira no governo federal.
Além disso, o Conselho Municipal de Educação aguarda manifestação do governo estadual sobre o retorno das aulas presenciais, o que vai repercutir nas creches particulares, porém até agora não há nada definido. A orientação, conforme Magali Bigolin Pizutti, é que os educandários privados mantenham vínculos com as famílias e os alunos, que está ocorrendo.
Dificuldades enfrentadas
Escolas particulares de Educação infantil de Ijuí estão com dificuldades de manter as estruturas, visto as consequências da pandemia. A Rádio Progresso conversou com alguns proprietários de educandários que relataram inadimplência, cancelamentos e redução drástica de faturamento.
O impacto mais significativo é nas escolas que atendem crianças de zero a 3 anos. Conforme João Anílton Johansson, dono da escola Geração Futuro, o cancelamento de alunos dessa faixa etária foi de 60%.
Ele acredita que o volume de cancelamentos não foi maior porque a escola deu descontos de mais de 50% para manutenção dos alunos. O educandário ainda não demitiu funcionários, porque conseguiu se enquadrar em programa do governo para redução de salários.
No entanto, Johansson reitera que caso não haja o retorno das atividades em agosto, terá que diminuir o quadro de colaboradores. Conforme outra proprietária, 30% dos alunos tiveram os contratos cancelados. E, dentre os que permaneceram matriculados, a inadimplência é de mais de 85%.
Ela optou por liberar as estagiárias e manteve, com os demais funcionários, sistema de redução de salários. Uma reunião entre as escolas e a secretaria municipal de educação, ocorrida nesta semana, visou discutir a situação. Conforme uma das proprietárias de escola, é muito provável que o retorno só aconteça no primeiro semestre de setembro e com rígido protocolo.