As cooperativas agropecuárias Cotrijal, de Não-Me-Toque, Cotripal, de Panambi, e Cotrisal, de Sarandi, anunciaram oficialmente nesta quarta-feira, 28, a criação de uma nova indústria voltada ao processamento de soja com planta para produção de biodiesel, em Cruz Alta.
O evento de lançamento, realizado no Clube Arranca, contou com a presença dos presidentes das três cooperativas, do Governador do Estado, Eduardo Leite, da Prefeita de Cruz Alta, Dra. Paula Rubbin Facco Librelotto, além do deputado federal Pedro Westphalen e do deputado estadual Rafael Braga Librellotto.
A nova empresa, denominada Soli3, representa um marco para o setor agropecuário gaúcho e nacional, com previsão de investimentos na ordem de R$ 1,25 bilhão. O projeto prevê a instalação de um complexo industrial em uma área de 138 hectares, às margens da rodovia Luciano Furlan, com área construída de 62 mil metros quadrados.
A escolha de Cruz Alta se deu por sua posição logística estratégica, próxima à malha ferroviária e aos canais portuários. Como parte da preparação para o empreendimento, a Prefeitura de Cruz Alta realizou o asfaltamento de cerca de 6 quilômetros de vias na região onde será implantada a indústria e reparos no aeroporto municipal.
A planta industrial terá capacidade de processar 3 mil toneladas de soja por dia, o equivalente a 50 mil sacas diárias, totalizando um volume anual de cerca de 1 milhão de toneladas do grão, o que corresponde a aproximadamente 16,5 milhões de sacas. A previsão é que o faturamento anual da indústria alcance R$ 2,2 bilhões. Entre os produtos a serem gerados estão óleo degomado, biodiesel (600 toneladas/dia), glicerina (60 toneladas/dia), farelo de soja (2.200 toneladas/dia) e casca de soja peletizada (180 toneladas/dia), com destino ao mercado interno e à exportação.
A operação da usina está prevista para iniciar em 2028. O cronograma inclui o início das obras em janeiro de 2026, com expectativa de geração de aproximadamente mil empregos diretos durante a fase de construção, além de 150 postos de trabalho permanentes na indústria e cerca de 500 empregos indiretos. A iniciativa será financiada com recursos próprios das cooperativas e por meio de linhas de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O anúncio reforça a cooperação entre as cooperativas envolvidas e sinaliza uma nova etapa na industrialização da cadeia produtiva da soja no Rio Grande do Sul.