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Deputado Afonso Hamm defende suspensão de 1 ano de uso do herbicida 2,4-D no Estado

10 de maio de 2019

Em audiência pública na Assembleia Legislativa, realizada na última quarta-feira (08), o deputado federal Afonso Hamm (PP-RS) veio de Brasília para debater o uso do herbicida 2,4-D no Rio Grande do Sul. O parlamentar defendeu que a aplicação do produto seja suspenso por um ano, para que medidas sejam implementadas para o treinamento de uma correta aplicação e para evitar mais prejuízos a outros produtores, como os da uva, do vinho, da oliva e da maçã. “É um produto de uso técnico e muito delicado”, explicou Afonso Hamm. Ele cita inclusive os próprios prejuízos que em suas produções em razão do herbicida 2,4-D. De acordo com o deputado, que lidera a frente parlamentar da uva e do vinho em Brasília, em 2017-18, os prejuízos nos parreirais chegou a 60% e na safra atual foi de 35%.

“É a diversificação produtiva que está em jogo. Precisamos conciliar o cultivo e a importância econômica da soja. Também sou produtor de soja, e a partir já desta safra, eu não utilizo 2,4-D, uso outros produtos alternativos”, relata Afonso Hamm, que ressalta ainda que a deriva do herbicida pode alcançar até 15 ou 20 quilômetros, dependendo da velocidade do vento, tornando o 2,4-D difícil de controlar. Para atenuar os prejuízos causados, a secretaria de agricultura do Estado sugeriu oito itens para regular a aplicação e conscientizar os produtores a usarem corretamente o herbicida. O deputado federal entende que as medidas são importantes, mas não garantem que a totalidade dos produtores façam a aplicação correta. Afonso Hamm alerta que mais uma contaminação pode dizimar parreirais e oliveiras onde já há prejuízo.

A Farsul, representada na audiência pública, pelo presidente em exercício Elmar Konrad, discordou da proposta do progressista e dos produtores ouvidos, que pedem inclusive a proibição permanente do 2,4-D. Segundo Konrad, o uso do herbicida é essencial para a colheita da soja. Questionado sobre esta justificativa, mesmo com outras alternativas ao 2,4-D, Hamm entende que o produtor fica em uma situação de conforto. Segundo o deputado, na sua propriedade de 48 hectares no cultivo da soja, foi usado um produto alternativo, com um custo de uma saca a mais por hectare, registrando eficiência na produção mesmo com as condições climáticas e não prejudicou os cultivos vizinhos. O parlamentar ainda pede bom senso, para que haja uma produção harmônica, que evite conflitos e judicialização.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí/Foto: Vinicius Reis/Agência ALRS