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Diretor ijuiense faz sucesso com ‘Bom dia, Verônica’ em série que é fenômeno mundial

16 de agosto de 2022

A série Bom dia, Verônica se tornou um sucesso no Brasil e é considerada uma das produções brasileiras mais vistas em todo o mundo através da Netflix. Na segunda temporada lançada recentemente, Tainá Müller, Klara Castanho, e Reynaldo Gianecchini – renomados atores brasileiros – estrelam uma trama envolta de suspense que aborda a vida do missionário Matias (Gianechini) considerado um predador sexual. A série exibida na Netflix, ficou em 6º lugar entre os conteúdos de língua não inglesa na plataforma. Por trás de tamanho sucesso está o ijuiense Rog Souza, que concedeu entrevista à RPI. 

RPI: Como você iniciou sua trajetória profissional e surgiu o amor pela produção cinematográfica? 

Rog: A minha história começou em Ijuí. Quem lembra da Espaço Vídeo, no Centro? Ela pertencia à minha tia Liliane. Nós assistíamos muito vídeo. Eu jogava muito tênis na recreativa e após os treinos costumava ver filme. Era minha rotina. Almoçava, jogava tênis e via filmes. Foi aí que comecei a pegar gosto por cinema e entender tudo. Depois fui fazer jornalismo e queria ser repórter de guerra. Em um dado momento, um amigo me disse que ia para Nova York estudar fotografia e eu fui junto. Lá, quando comecei a estudar jornalismo em uma escola pública, e eles sabendo do meu sonho, perguntaram se eu sabia mexer em câmera e eu respondi que sim, mesmo tendo pouca intimidade com o aparelho. Gravando bandas, acabei ficando mais envolvido com arte do que com jornalismo. Depois, voltei ao Brasil para passar férias e uma produtora me convidou para estagiar. Me pareceu uma boa hora para voltar.

RPI: Como foi a sua atuação em Bom dia, Verônica? Quais as diferenças entre as temporadas?

Rog: O Bom dia, Verônica foi a minha estreia em série. A maior diferença nesta segunda temporada é o  quanto eu estudei o trabalho de elenco e de presença. Eu aproveitei que tive um filhinho, o Salvador, que acorda bastante nas madrugadas, e eu fico com ele ninando em uma bola de pilates e com o iPad estudando masterclass de atuação. Neste período eu peguei muito mais jeito de me aproximar do elenco e provocar reações. Na primeira temporada eu trabalhei muito bem com o Du Moscovis (que interpretou o Brandão) e nessa temporada me aproximei bastante da Tainá Müller (Verônica), da Klarinha (Klara Castanho, a Ângela na série), da Ester Dias (delegada Glória) e da Elisa Volpato (delegada Anita). Com esse time eu consegui testar muitas coisas de atuação e chegamos a ótimos resultados.

RPI: Vocês já trabalham para uma próxima temporada? 

Rog: É a pergunta que todo mundo faz. Ainda não há nada assinado. Em teoria precisa de muito sucesso nas primeiras semanas para ser renovada. Estamos na torcida. Tínhamos, no final da segunda temporada, um gancho gigantesco para a terceira temporada, maior do que o que tem, mas que acabou sendo cortado para a Netflix ter essa liberdade de decidir se vai fazer ou não, e não ficar com a corda no pescoço.

RPI: Como você se sente com tamanho sucesso? 

Rog: O sucesso de Verônica foi uma enorme surpresa. Eu sou muito autocrítico. Antes de sair, eu e a Tainá dizíamos que iríamos para um sítio porque pensávamos que a série não estava boa. Fizemos uma exibição e as pessoas ficaram doidas e não conseguiram parar de ver. Foi aí que pensamos que estávamos sendo autocríticos demais. Mas meus olhos são treinados para isso. É um enredo que está prendendo muito as pessoas.

RPI: Quais foram as suas inspirações para dirigir essa série?

Rog: Minhas maiores inspirações foram os filmes de Denis Villeneuve. Importante também falar que o meu primo Neto (Amílcar Souza Neto) que hoje é delegado – atuou em Ijuí – foi uma referência para me dizer se as cenas eram realistas. A cena que a menina toma um tiro na perna, eu o consultei pra ver a quantidade de sangue necessária. Desde a primeira temporada ele foi um grande auxílio para a produção desta série.