“É nossa grande família”: Sabeve mantém rotina de ‘casa’ para conforto dos idosos acolhidos

É como se fosse uma casa com mais de 40 moradores: um quarto para cada, café individual ou coletivo, cozinha, sala, pátio e área de lazer; momentos para o chimarrão, a conversa no fim da tarde, as visitas rotineiras… o Serviço de Amparo e Bem-estar da Velhice (SABEVE) de Ijuí acolhe atualmente 47 idosos, com idades entre 63 e 97 anos, sendo 20 deles encaminhados pela assistência social da prefeitura. 

“É maravilhoso morar aqui, acho que foi a melhor decisão que tomei em anos. Aqui temos o que precisamos, somos bem tratados, vivemos bem e ainda recebemos muito carinho, amor e respeito”, disse Juvelino Monteiro, o Seu Monteiro, que buscou acolhimento na instituição para fazer um tratamento médico. “Gostei tanto que não quis mais ir embora”, brinca. 

A instituição é presidida por Mara François, que reitera o compromisso com o bem-estar dos idosos e a importância da colaboração da comunidade para a manutenção das atividades. “Temos muita sorte porque a comunidade de Ijuí sempre nos ajudou, seja com doações ou voluntariado”, disse. A gestora disse ainda que é necessário desmistificar a ideia errada de que um lar de acolhimento é ruim para a população idosa. “Muitas pessoas acham que o idoso vai para o lar quando a família não quer mais, que deposita ele aqui e deu, e não é assim. Geralmente as famílias não têm outra opção e encaminham para o lar justamente por saber que aqui é um lugar idôneo e que vai oferecer o que eles precisam”, pontua. 

Terezinha Mattos e Maria Mirta Borges brincam que, para ficar perfeito, falta só uma piscina na sede. “Imagina uma piscina aqui no meio, para os dias mais quentes? Pede lá na rádio, se alguém não quer nos fazer essa doação”, brincou Terezinha, que reiterou o cuidado de todos. “Aqui é uma família mesmo, onde podemos conversar, brincar, conviver… eu sempre morei sozinha e não estava mais gostando, até que fui convencida a vir pra cá. Vendi alguns móveis, outros doei, e aqui estou”, disse. 

Maria Mirta disse que antes de ir morar na Sabeve, vivia sozinha em um apartamento. “Eram muitas preocupações, não é mesmo? Cuidar de uma casa, compras, limpeza, tudo… aqui só me preocupo em viver”, disse. 

A Sabeve conta, atualmente, com 44 funcionários e recebe doações da comunidade para manutenção das atividades, já que quase metade dos idosos acolhidos é proveniente na assistência social do município.