A Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) confirmou um foco de raiva herbívora no município de Eugênio de Castro. O diagnóstico foi validado por análise laboratorial, e técnicos da Inspetoria Veterinária identificaram um refúgio de morcegos-vampiros — principais transmissores do vírus — em uma propriedade na localidade de Rincão dos Antunes.
O caso integra os três focos confirmados pelo Estado em 13 de outubro, junto com registros em Riozinho e Rolante. Segundo a Seapi, os episódios são casos isolados e não caracterizam surto da doença.
De acordo com Wilson Hoffmeister Júnior, coordenador estadual do Programa de Controle de Raiva do RS, há suspeita de que outros animais da mesma propriedade também tenham morrido após apresentarem sintomas compatíveis com a doença. Desde julho, 25 animais — sendo 24 bovinos e um equino — morreram na propriedade, embora nem todos tenham tido diagnóstico laboratorial confirmado.
Equipes da Seapi seguem em força-tarefa para monitorar refúgios de morcegos e orientar os produtores sobre a vacinação preventiva, considerada essencial para o controle da doença. A raiva herbívora, que não tem cura, é uma zoonose fatal que atinge bovinos, equinos e ovinos, podendo ser transmitida aos humanos.
Os sintomas incluem salivação excessiva, dificuldade para se alimentar ou levantar e movimentos descoordenados. Ao observar sinais clínicos ou presença de morcegos, é fundamental comunicar imediatamente a inspetoria veterinária local.
A fiscal agropecuária Carina de Moura Fernandes reforçou que o controle depende da redução da população de morcegos hematófagos e da vacinação em massa. Propriedades num raio de 10 km do foco estão sendo vistoriadas pelo Serviço Veterinário Oficial do RS.