Os reflexos das recentes chuvas e enchentes, aliado às consequências das estiagens dos últimos três anos, se constituem como grande desafio para a secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul.
Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o novo secretário, Clair Kuhn, comentou que as enxurradas de maio deste ano deixaram muitos prejuízos no agronegócio gaúcho. Porém, ainda não é possível mensurar financeiramente esses estragos, visto a extensão dos problemas em várias regiões do Estado, a complexidade em avaliar os danos e, também, pelo fato que a própria pasta, a Emater, Senar, Farsul e Fetag realizam levantamento das perdas. Um dos focos das avaliações se refere aos 95 municípios que decretaram situação de calamidade pública, porém, também ocorrem análises em demais municípios atingidos pela mancha das enchentes.
Clair Kuhn frisou que o governo estadual vai anunciar um programa de recuperação de solos, que já estava em organização antes das chuvas. No entanto, com as enxurradas foi preciso aguardar para divulgação, pois atualmente transcorre o levantamento dos danos nas lavouras. Ele observa que é necessário investir em tecnologia para mais fertilidade de solo, até porque como não há muita área para expandir na agricultura, o foco está em produzir mais nos mesmos espaços. O secretário da Agricultura do Rio Grande do Sul citou o papel importante das universidades, com informações técnicas para recuperar as lavouras após as enchentes.
Na mesma entrevista na Progresso, Clair Kuhn esclareceu que existe possibilidade do Estado estabelecer parceria com um instituto internacional para ajudar na busca com dinheiro a fim de investir na recuperação de solo. Além disso, há outras pastas do Estado, por exemplo, a secretaria do Meio Ambiente, no trabalho de recuperação de áreas agrícolas degradas pelas chuvas, visto que também aconteceu perda de mata ciliar, casas, galpões e outras estruturas, inclusive animais. “Não existia parâmetro para isso”, disse Clair Kuhn, para retratar os prejuízos na agricultura em razão das enchentes.
Ele aproveitou para alertar que está em andamento o projeto estadual de irrigação. Kuhn enfatizou essa iniciativa, visto a previsão de falta de chuva para os próximos meses no território gaúcho. A fase 2 do programa está com inscrições abertas. Produtores podem procurar a Emater, cooperativas ou empresas agrícolas. O governo gaúcho ajuda o agricultor com 20% do valor a fundo perdido, ou seja, sobre o valor que os produtores investirem na irrigação, tem 20% de desconto. Para este ano, o programa estadual de irrigação conta com 20 milhões de reais para ajudar os agricultores.