A Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul) faz um alerta para a produção de arroz no Estado no ano que vem. Conforme o economista-chefe da entidade, Antônio da Luz, existe um iceberg no horizonte e é necessário desviar a rota. A analogia foi destacada no Tá na Mesa, evento promovido pela Federasul, nesta quarta-feira (27), em Porto Alegre. O “iceberg” tem um tamanho conhecido. O acúmulo de gelo no oceano, que causou o naufrágio do Titanic no início do século XX, se refere ao estoque acumulado de arroz no país. O economista explica que pelo aumento na produção brasileira, o estoque do grão deve chegar a marca de 2 milhões 120 mil toneladas. Bem acima das 500 mil toneladas em média dos anos anteriores.
O que a Farsul propõe para “corrigir a rota” é uma redução de área plantada de arroz, com uma meta estipulada em 8% no Rio Grande do Sul. Pelos cálculos apontados por Antônio da Luz, em média, o preço do arroz está diretamente ligado a área de produção. Cada 1% a mais de área plantada representa uma redução de 1,98% no preço médio do grão. E vice-versa. Ou seja, o preço sobre 1,98% a cada 1% da área reduzida. Como houve crescimento de área maior no país, a Farsul espera uma redução de até 30% de área em outros estados.
A Farsul também se posiciona de forma contrária a política do Governo Federal, de promover leilões de arroz, através da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Segundo Antônio da Luz, os leilões não fizeram o preço do arroz subir e a iniciativa, por não funcionar, se trata de um desperdício de recursos, que poderiam ser utilizados em outras ações, como o socorro a produtores gaúchos endividados, por conta de eventos climáticos, como enchentes ou estiagens severas.