Numa média histórica, as cooperativas agrícolas do Rio Grande do Sul recebem cerca de 50% da soja colhida pelos agricultores, consequentemente, a atual estiagem tem grande reflexo para o sistema cooperativo.
Ontem, às 6 horas e 30 minutos, o presidente da Fecoagro – Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul – Paulo Pires, concedeu entrevista no programa Progresso Rural da RPI para explanar sobre as consequências da falta de chuva para as cooperativas, além da união da Fecoagro com demais entidades gaúchas na busca por medidas de apoio aos produtores.
Pires esclarece que da expectativa de 22 milhões de toneladas de soja nesta safra no território gaúcho, dentre os cerca de 6 milhões de hectares cultivados, atualmente são projetadas aproximadamente 14,5 milhões de toneladas.
Segundo ele, se esperava bom rendimento da soja tardia, mas a estiagem também prejudicou essa parte da oleaginosa. Como forma de ajuda para os agricultores, Paulo Pires frisou que a Fecoagro tem a mesma posição da Fetag, Farsul, Aprosoja, dentre outros segmentos, ou seja, pedido pela securitização, com prorrogação das dívidas agrícolas por 20 anos.
No Progresso Rural de ontem pela manhã, Pires ainda vai destacou que a estiagem não causa problemas financeiros apenas para os agricultores, mas toda a sociedade, pois com menos dinheiro, os produtores compram menos no comércio, ou seja, o setor urbano também perde.
Paulo Pires cita estudo do economista da Farsul, Antônio da Luz, de que nos últimos cinco anos, em razão da estiagem ou enchente, já houve perda de 319 bilhões de reais para a sociedade, ou seja, da porteira para fora das propriedades. Com isso, o Rio Grande do Sul perdeu mais fora da porteira do que dentro das propriedades. O presidente da Fecoagro ainda abordou no Progresso Rural de ontem, o estímulo para que os agricultores plantem trigo nessa próxima safra, até porque, o cereal deixa a lavoura praticamente pronta para, posteriormente, a soja.