A Federarroz do Rio Grande do Sul acompanha os desdobramentos do leilão para importação de arroz, efetuada semana passada pelo governo federal, mas que foi suspensa nesta semana. Inclusive, ontem a Polícia Federal instaurou inquérito para investigar possíveis irregularidades no certame realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento.
O pedido de averiguação foi efeito pela própria Conab, diante de denúncias de que empresas sem histórico de atuação no mercado de cereais venceram o leilão. A compra se refere a 263 mil toneladas de arroz. A união decidiu importar o alimento poucos dias depois do início das enchentes no Rio Grande do Sul, que começaram mês passado.
Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o diretor jurídico da Federação dos Arrozeiros do Estado, Anderson Belloli, disse que se houver essa importação, não apenas o Rio Grande do Sul, mas também o Brasil vai ser prejudicado, visto possível queda de cotação pela saca paga ao agricultor, desestímulo de plantio e até aumento de preço ao consumidor, em razão da concorrência do produto estrangeiro. Além disso, Anderson Belloli questionou a qualidade do arroz importado, que pode ser inferior ao produto nacional e gaúcho.
Nos próximos dias, a entidade deverá ir a Brasília para reforçar pedido de evitar o leilão. Na mesma entrevista na Progresso, o integrante da Federarroz comentou que antes das atuas enchentes, 85% da safra de arroz estava colhida no Rio Grande do Sul, portanto, já com garantia de segurança alimentar para o país. O território gaúcho produz cerca de 70% de todo o produto no Brasil.