O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) interditou três processos produtivos no frigorífico da JBS/Seara, localizado em Seberi, no norte do Rio Grande do Sul. A medida foi tomada após uma série de irregularidades identificadas durante fiscalização realizada entre os dias 2 e 6 de junho pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
Durante a inspeção, fiscais flagraram gestantes no 8º mês de gravidez atuando em setores com ruído intenso, o que configura risco grave e iminente à saúde. Além disso, foram observadas condições precárias de trabalho em setores importantes da empresa, com ritmo de trabalho elevado e possibilidade de sobrecarga física.
Segundo o MPT, um dos pontos mais críticos foi a constatação de mais de 3,5 mil casos de subnotificação de acidentes de trabalho. A equipe também verificou dificuldades impostas pela empresa para aceitação de atestados médicos superiores a três dias, exigindo que trabalhadores se apresentassem presencialmente ao setor médico mesmo durante o período de afastamento.
Em um dos dias de fiscalização, houve ainda o registro de vazamento de amônia, substância altamente tóxica. A ocorrência resultou na assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), no qual a empresa se comprometeu a adotar medidas para detecção precoce e controle de vazamentos.
Diante da gravidade dos problemas e da falta de avanços nas negociações para correção imediata das irregularidades, o MTE decidiu pela interdição parcial das atividades da unidade.
Em nota, a JBS declarou que segue “rigorosos padrões de segurança e qualidade” e que a unidade de Seberi “passa por adequações, operando em conformidade com a legislação vigente e colaborando com qualquer fiscalização”.