Promovido pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), com o apoio do governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Sedac), a tradicional geração e distribuição da Chama Crioula 2025 ocorre em Caxias do Sul, na 25ª Região Tradicionalista (RT). O ato, que marca o começo oficial dos Festejos Farroupilhas, acontece sexta-feira e sábado, dias 15 e 16, no Parque de Eventos da Festa da Uva. No sábado, a partir das 8h30,haverá a sessão solene que dá início à distribuição da Chama, uma cavalgada que leva o fogo simbólico para todos os municípios gaúchos.
É a primeira vez que Caxias do Sul sedia a geração e distribuição da Chama Crioula. Segundo o MTG, a escolha da 25ª RT reflete a pluralidade cultural local, celebrando também os 150 anos da imigração italiana na Serra gaúcha. As delegações das 30 RTs serão recepcionadas a partir das 13h da quinta-feira (14), quando será instalada a inspetoria veterinária. Na sexta-feira (15), o dia inicia com reunião dos Diretores de Cavalgada Regional, às 9h, seguida de passeio turístico. A partir das 15h30, os participantes poderão acompanhar o Primeiro Seminário de Turismo, “Vivências Gaúchas: A Força da Identidade Regional no Turismo.”
Previsto para às 18h30, a acolhida com benção ecumênica antecede o desfile de apresentação das RTs, e, logo após, acontece a cerimônia de abertura, momento em que ocorre a geração da Chama. Para encerrar a noite, o grupo Girotondo apresenta músicas italianas, e Os Bertussi fecham a programação artística. No sábado (16), a partir das 8h30, uma sessão solene dá início à distribuição da Chama.
De acordo com a Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul (Orcav), órgão do Movimento Tradicionalista Gaúcho que integra a organização, cerca de 1,5 mil cavaleiros estão inscritos no ato solene. Representando as 30 RTs, eles serão responsáveis por conduzir a centelha da Chama a todo o Estado em cavalgadas. Um dos trajetos mais longos, até a 4ª RT, na Fronteira Oeste, pode levar até 30 dias. No dia 14 de setembro, uma dessas centelhas vai acender o candeeiro do Palácio Piratini, dando início à Semana Farroupilha 2025.
Modelo inédito de financiamento
Para viabilizar a participação das 30 RTs, a Sedac estabeleceu um modelo de colaboração que possibilitou o investimento de R$ 300 mil para a participação de tradicionalistas de todo o Estado na solenidade de geração e transmissão da Chama. Os recursos, repassados para a Fundação Cultural Gaúcha, foram divididos da seguinte forma:
Sobre a Chama Crioula
Reconhecida oficialmente como patrimônio cultural imaterial do Rio Grande do Sul, a Chama Crioula é um dos símbolos mais significativos da identidade gaúcha. Sua primeira geração ocorreu em 7 de setembro de 1947, quando um grupo de jovens tradicionalistas, liderado por Paixão Côrtes, retirou uma centelha da Pira da Pátria, em Porto Alegre.
Mais do que um ritual, a Chama Crioula representa a continuidade histórica e o compromisso das gerações com a preservação da cultura gaúcha. Ela conecta passado e presente, inspirando comunidades a manterem vivas as raízes que moldam a identidade do Rio Grande do Sul.
Sobre os Festejos Farroupilhas 2025
A Semana Farroupilha é uma das celebrações mais emblemáticas da cultura gaúcha, realizada anualmente em setembro para homenagear a Revolução Farroupilha (1835–1845), movimento republicano que marcou profundamente a identidade do Rio Grande do Sul. Durante esse período, ocorrem desfiles, acampamentos, apresentações artísticas e atividades que exaltam os valores, a história e as tradições do povo gaúcho.
Em 2025, o tema escolhido pela Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas é “Ondas curtas para uma história longa – O centenário de Darcy Fagundes e os 70 anos do Grande Rodeio Coringa”.
A proposta, apresentada pela Fundação Cultural Gaúcha (MTG) e elaborada por Márcia Borges e Irã Pereira, presta homenagem ao radialista, declamador e comunicador Darcy Fagundes, cuja atuação é considerada fundamental para a difusão da cultura gaúcha pelos meios de comunicação, especialmente com o programa radiofônico Grande Rodeio Coringa, que completa sete décadas em 2025. A escolha do tema destaca o papel da mídia na preservação e valorização das tradições regionais.
O patrono da edição é o engenheiro agrônomo, jornalista, escritor e artista plástico Mário Barboza de Mattos, reconhecido por sua atuação na consolidação do MTG e por ser um dos fundadores do 35 CTG, o primeiro Centro de Tradições Gaúchas. A homenagem reforça o vínculo entre memória, arte e identidade regional, celebrando figuras que contribuíram significativamente para a construção e perpetuação da cultura do Estado.
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