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MANCHETES

Governador eleito, Eduardo Leite, admite criação de secretaria específica para administração penitenciária

29 de outubro de 2018

Com recepção digna de estádio de futebol, por volta de 21h45min, o governador eleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite chegou ao comitê de campanha do PSDB na zona norte de Porto Alegre, neste domingo (28) para falar com a imprensa. O canto de “o governador chegou! o governador chegou!” dos apoiadores anunciou a chegada de Leite, que acompanhou a apuração com a família em Pelotas. Sobre a mesa, foram colocadas cinco bandejas com os famosos doces de Pelotas, cortesia do governador eleito para os jornalistas que aguardaram. Sentado ao lado do vice-governador delegado Ranolfo Vieira, PTB, e cercado por apoiadores da coligação, como deputados, prefeitos e outros políticos, Leite fez um pronunciamento de 18 minutos, diversas vezes interrompidos por aplausos, antes de responder questionamentos. Começou com agradecimentos e segurou as lágrimas ao citar a família, os pais e os irmãos. Quase fez chorar o vice Ranolfo ao agradecer a sua parceria. “Seguramente nessa campanha eleitoral, ele foi o candidato a vice mais lembrado, mais falado”, disse o ex-prefeito de Pelotas. Os eleitores que lhe deram mais de 3 milhões de votos no segundo turno também foram lembrados, em especial a cidade de Pelotas, que lhe deu mais de 90%. “Quero agradecer muito ao povo gaúcho que confiou nesse jovem de 33 anos a liderança este projeto do nosso Estado.”

No discurso, Eduardo Leite ainda reiterou suas propostas e compromissos com o futuro do Rio Grande do Sul e reafirmou que não vai começar tudo do zero, citando inclusive a continuidade das obras na RS-118 como exemplo. “A nossa agenda é a do desenvolvimento. Retomada da competitividade. O governo do Estado enfrenta uma crise severa. Nós sabemos que não será fácil. Nós sabemos também que o nosso povo é trabalhador, empreendedor, não tem medo de serviço, não tem medo de desafios. E esse povo precisa ser prestigiado. Vamos fazer isso reconhecendo a iniciativa privada, reduzindo a burocracia, investindo em infraestrutura em parceria com o setor privado, trabalhando para reestruturação do sistema tributário, para reduzir impostos, essa agenda é importante para quem empreende”, projetou o governador eleito, sendo aplaudido ao citar a redução de tributos.

Para a segurança pública, Leite ressaltou a importância do vice delegado Ranolfo, ex-chefe da Polícia Civil no Estado, para o combate a criminalidade e as drogas. “Estudamos a criação de uma secretaria específica para a administração penitenciária, de forma que nós possamos garantir o investimento que vão viabilizar novas estruturas, novas unidades, novas vagas, a qualificação das unidades existentes”, revelou. Para a saúde, o governador eleito garantiu esforço fiscal para restabelecer os serviços essenciais na área da saúde a sua normalidade e retomar os repasses em dia para hospitais. “Na educação, muita atenção aos nossos professores, com quem queremos trabalhar com grande parceria e reconhecimento. E, aliás, me dirigir aos servidores do Estado, e por isso nós mantemos como nossa grande meta, no primeiro ano do governo, de realizarmos o pagamento em dia. Nós vamos fazer o maior esforço, o que for necessário, para estabelecer a condição da retomada desse pagamento em dia, que é essencial pra boa prestação de serviços e inclusive pra ajudar na nossa economia. Educação merece uma grande prioridade nossa”, prometeu.

Leite também foi questionado o porquê de não ter usado na campanha a figura do prefeito de Porto Alegre Nelson Marchezan Júnior. Diante da pergunta, os próprios aliados gritaram o nome de Marchezan que estava no comitê “escondido” atrás de outros apoiadores. O prefeito foi chamado por Leite e ambos se cumprimentaram em frente aos jornalistas. O novo governador ressaltou que a campanha não foi alicerçada apoios políticos expostos na televisão. “Não foi o prefeito Marchezan que não apareceu. Não houve aparição de nenhuma figura política”, afirmou, completando que Marchezan foi importante na eleição dele como prefeito em Pelotas em 2012.

Nos próximos dias, deve começar o processo de transição do atual para o próximo governo do Estado. O governador José Ivo Sartori, que disputou o 2º turno com Leite, se colocou a disposição ainda no domingo, com um telefonema ao tucano. Sobre secretariado, Eduardo Leite disse que ainda não tratou do assunto. “Eu sou supersticioso quanto a isso. Esse é um trabalho que vamos fazer nos próximos dias de forma tranquila, serena. Vamos pensar na estrutura administrativa, identificar os perfis para cada função. Imagino que isso vá tomar o mês de novembro pra que a gente possa no mês de dezembro ter anúncios”, projetou.

Para avançar nas pautas e projetos para o futuro do Rio Grande do Sul, Leite vai precisar do apoio na Assembleia Legislativa. O MDB do atual governador tem uma das maiores bancadas, ao lado do PT, com 8 cadeiras. Questionado se buscaria o apoio do partido de Sartori no Legislativo, o governador eleito revelou que está aberto ao diálogo com qualquer partido que esteja alinhado com as propostas e a agenda do Executivo para os próximos 4 anos. “Não vejo nenhum problema quanto a isso. É natural que nós possamos buscar todos aqueles que tenham afinidade de propósito para o Rio Grande do Sul. É preciso superar essa grande crise. Não há espaço para disputas políticas-eleitorais. Daqui pra frente vamos tratar das pautas que interessam ao Rio Grande, chamando pra conversar todos aqueles que tenham disposição de conversar conosco e construir unidade e consenso pra essas pautas.”

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí