O governo do Estado, por meio da Receita Estadual, vinculada à Secretaria da Fazenda (Sefaz), divulgou os percentuais que caberão a cada um dos 497 municípios gaúchos no rateio da arrecadação do ICMS ao longo de 2026. O Índice de Participação dos Municípios (IPM) definitivo para o ano que vem aponta como o Estado irá repartir cerca de R$ 10 bilhões entre as prefeituras.
O volume de recursos corresponde a 25% sobre a receita de ICMS prevista para 2026, considerando as deduções estabelecidas pela Constituição Federal – como, por exemplo, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Os números constam na Portaria 076/2025, publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quarta-feira (17/12). O ICMS repassado representa, em média, 20% do total das receitas para as prefeituras, consistindo um importante recurso para os municípios.
O município de Ijuí registra crescimento de 0,37% no Índice de Participação dos Municípios (IPM) definitivo para 2026 em relação a 2025. Já para Ajuricaba o aumento é de 2,48%; Augusto Pestana, elevação de 5,48%; Boa Vista do Cadeado, mais 0,61%; Boa Vista do Incra, queda de 10,15%; Bozano, aumento de 0,42%; Capão do Cipó 3,55%; Catuípe, acréscimo de 2,36%; Chiapeta, elevação de 2,23%; Condor, variação positiva de 9,30% no IPM para o próximo ano; Coronel Barros, aumento de 6,63%; Cruz Alta, mais 3,18%; Entre-Ijuís, 11,20% de acréscimo; Eugênio de Castro, 6,63% de elevação; Jóia, elevação de 2,39%; Nova Ramada, 1,13% de acréscimo; Panambi, queda de 5,52%; Pejuçara, aumento de 3,21% no Índice de Participação dos Municípios; Santa Rosa, redução de 2,44%; Santo Ângelo, diminuição de 1,34%; Santo Augusto, elevação de 1,32%; São Luiz Gonzaga, diminuição de 2,03%; e Três Passos, queda de 3,76% no IPM para 2026.
Dentre os 10 municípios do Rio Grande do Sul com maiores variações positivas do IPM para 2026, Entre-Ijuís está em décimo lugar, visto acréscimo de 11,20% no aumento do IPM de 2026 em relação a este ano. Já em relação aos 10 municípios com maiores variações negativas no Índice de Participação dos Municípios, Horizontina lidera essa lista, com queda de 24;48%. Ibirubá está em quinto, com diminuição de 12,84%, e Tiradentes do Sul em nono, visto redução de 11,10% no IPM.
Após a publicação do IPM provisório, em 26 de agosto, iniciou-se o prazo de 30 dias para que os municípios apresentassem eventuais contestações e impugnações aos dados. Neste ano, foram 394 recursos julgados, dos quais 87 foram deferidos totalmente, 290 foram deferidos parcialmente e 17 foram indeferidos. A finalização do processo culminou com a publicação do IPM definitivo.
De acordo com a Instrução Normativa 45/1998 (Título I, Capítulo XIV, subitem 4.5.4), as impugnações do IPM foram realizadas exclusivamente por meio de protocolo eletrônico, de forma 100% digital. Os extratos e os julgamentos das impugnações, assim como os índices definitivos de rateio do ICMS, já estão disponíveis no site da Receita Estadual.
Critérios considerados no cálculo do IPM
A apuração do IPM para os repasses das receitas previstas para o ano seguinte é realizada anualmente pela Receita Estadual, por meio da Divisão de Relacionamento com Cidadãos e Municípios (DRCM), e leva em consideração uma série de fatores definidos em lei e seus respectivos resultados ao longo dos anos anteriores. O ano de 2026 será o terceiro em que serão utilizados os novos critérios determinados pela Lei 15.766/2021, que trazem as seguintes alterações na composição do índice:
O Valor Adicionado Fiscal (VAF) segue sendo o fator mais representativo, correspondendo a 65% do índice. O VAF é calculado pela diferença entre as saídas (vendas) e as entradas (compras) de mercadorias e serviços em todas as empresas localizadas no município. Já o PRE é composto pelo Índice Municipal da Qualidade da Educação do RS (Imers), pela população do município, pelo nível socioeconômico dos educandos e pelo número de matrículas no ensino fundamental da Rede Municipal.
Composição do IPM
Desempenho das 20 maiores economias do Estado
Entre as 20 maiores economias do Estado, conforme o critério de Valor Adicionado Fiscal, 13 municípios registraram crescimento e sete municípios apresentaram queda na comparação do IPM definitivo 2026 com o IPM definitivo 2025. As maiores variações positivas são de Esteio (5,69%), na Região Metropolitana, e de Bento Gonçalves (5,57%), na Serra, enquanto as maiores reduções foram verificadas em Carazinho (-14,15%), no Norte, e em Montenegro (-10,67%), no Vale do Caí.

Maiores crescimentos e maiores quedas
O município de São José do Norte, na região Sul, lidera a maior variação positiva na comparação do IPM definitivo de 2026 com o IPM definitivo de 2025, com crescimento de 50,11% de um exercício para o outro. A variação mais negativa, por sua vez, foi de Horizontina, no Noroeste, com uma queda de 24,48%. Ao todo, dos 497 municípios do Estado, 256 apresentaram crescimento e 241 registraram diminuição em seus índices.

