Há cinco décadas convivendo com esgoto a céu aberto, ijuiense coloca casa à venda

A situação problemática causada por um esgoto a céu aberto, a qual dona Arlinda Ketzer e o marido, portador de Alzheimer, são submetidos há mais de 50 anos, na rua Siqueira Couto, bairro Mundstock, finalmente parece estar chegando ao fim, não porque o problema foi resolvido, mas porque o casal optou por colocar a casa à venda, cansados de esperar.

A última esperança, segundo Arlinda, foi uma determinação judicial que deu à Prefeitura o prazo de 60 dias para resolver o problema, no entanto, esgotado o tempo estipulado e ainda sem solução, a família decidiu mudar de endereço para se livrar  do problema. “Isso vem desde quando o Ortiz era prefeito, cansamos de ir na prefeitura, falar com secretários, e nada ser feito. Fomos na justiça, teve audiência e foi determinado que em 60 dias tinham que resolver o problema, como não resolveram, a solução que encontramos foi ir embora”, disse. 

A moradora conta que, especialmente durante os dias mais quentes, o mau cheiro e a proliferação de insetos, oriundos do local, são quase insustentáveis. “Chega 18h e tenho que fechar toda a casa porque infesta de insetos, como ratos, baratas, mosquitos”, diz. Ela acrescenta que o marido precisa ficar alguns períodos no sol, por recomendação médica, mas que por conta do esgoto, não é possível. “Como vou tirar ele de casa com essa situação?”, questiona. 

A situação já culminou em problemas mais graves, como quando dois membros da família contraíram dengue; um deles, mais de uma vez. “Passam aqui mandando limpar os pátios, cuidar vasilhas com água e tudo mais, o que sempre obedecemos. Nosso pátio é sempre limpinho, mas somos expostos ao mosquito através desse esgoto”, lamenta.