O começo dos anos 2000 marcou também uma nova era para a secretária de escola Leonice Ferreira, que resgatou um cão abandonado na Escola Estadual Santana, no distrito de Santana, em Ijuí. O animal, que viveu com ela até a morte, foi o primeiro resgatado, das dezenas que viriam nos anos seguintes. Leonice escolheu dedicar os poucos momentos de folga para cuidar de animais abandonados e integra uma extensa lista de protetores de animais em Ijuí, no entanto, o que a difere dos demais, é a preferência. Ela optou por resgatar apenas animais idosos e mutilados, que geralmente enfrentam mais dificuldade para encontrar um lar. Em sua casa, no bairro Novo Leste, ‘Léo’ como é popularmente conhecida, montou um asilo de animais, que batizou como “Asilo ‘bichológico’ da tia Léo”.
Atualmente a protetora cuida de 24 cães e 13 gatos, sendo cinco deles cegos e os outros com algum tipo de deficiência, como mutilações nas patas e orelhas ou patologias graves. “Eu cuido deles, levo ao veterinário, compro boas rações e dou muito amor, que é o mais importante”, disse a protetora, que lembra com detalhes dos primeiros resgates feitos. “Depois do cachorrinho, resgatei uma mãezinha com nove filhotes, também abandonada na escola”, conta.
Além dos 24 animais que moram com ela, Léo costuma fornecer lar temporário para outros. “Às vezes chegam para ficar em lar temporário, mas ninguém adota e acabam ficando comigo definitivamente, já que animais idosos ou doentes são geralmente negados pelas pessoas”. Esta é a história da ‘Mag’, uma cadela idosa e cega, que mora com a Léo há anos. “Recebi a Mag logo após uma cirurgia. A ideia era ela ficar por pouco tempo, mas ficou para sempre. Ela foi abandonada com um tumor aberto e resgatada por outros protetores, que custearam o tratamento e trouxeram para o asilo da tia Léo”, disse.
Todos esses anos resgatando animais fizeram com que a situação financeira de Leonice se complicasse cada vez mais. “Essa parte é realmente muito difícil, pois tratamento é caro, ração é cara, cuidados em geral são caros”, conta. Para auxiliar com as despesas, Léo conta com a ajuda da comunidade. Quem quiser contribuir, pode fazer transferências através do PIX CPF eu 494.836.170-49. Outra maneira de ajudar é direto na veterinária em que ela compra rações e outros itens necessários aos animais. É na Veterinária Ouro Vet. Quem quiser entrar em contato com a protetora, o telefone é o 055 9129-7620.