A doação de órgãos e tecidos é um gesto nobre. A família, em meio a dor da perda de uma pessoa querida, decide por ajudar quem mais precisa. Uma atitude que salva vidas e traz esperança a quem está na fila do transplante. Nesta sexta-feira, 12, graças a este olhar de empatia de uma família enlutada, o Hospital Unimed Noroeste/RS recebeu equipe da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, que realizou a primeira captação de órgãos e tecidos do ano na instituição.
A paciente, de 53 anos, do sexo feminino, teve Morte Encefálica diagnosticada na noite de quinta-feira, 11. Com a comprovação através de testes clínicos e exames de imagem, deu-se início ao protocolo de doação, que na instituição é de responsabilidade da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott).
Foram captados rins, fígado e córneas (tecido). “Conseguimos fazer uma captação tranquila, seguindo todos os padrões necessários. A doação de órgãos é um ato de amor e começa em vida, quando a gente manifesta para a família o desejo de ser doador. Mas é um ato que se consuma num momento de dor e, é a família, em seu luto, que encontra forças para respeitar o desejo da pessoa e seguir adiante com a aceitação da doação”, observa o médico Guillermo Kiss, cirurgião do aparelho digestivo e de transplante, que veio de Porto Alegre juntamente com equipe para realizar esta captação.
O procedimento só acontece com a autorização familiar. “Mesmo vivenciando a dor da perda, essa família optou pela doação de órgãos, que pode ajudar a salvar a vida de outras pessoas que aguardam em filas para transplante. Nesse caso, em especial, a manifestação em vida do desejo de doar foi fundamental para facilitar a decisão dos familiares. Por isso, a importância de conversarmos com as pessoas mais próximas e deixarmos claro nossa intenção de sermos doadores de órgãos”, explica a médica Andriéli de Oliveira Buzzeto, intensivista e cardiologista, coordenadora da Cihdott do Hospital Unimed Noroeste/RS.
Esta é a sexta captação desde o credenciamento da instituição no Sistema Nacional de Transplantes para captação de órgãos e tecidos, que ocorreu em 2016. “Para que haja sucesso na captação de órgãos, é necessário preparo técnico da equipe envolvida, bem como, estrutura adequada. Nosso Hospital possui profissionais qualificados para acolher esta demanda, com UTI e um Centro Cirúrgico equipados com alta tecnologia, o que permite as condições necessárias para a realização do procedimento”, complementa a coordenadora de Enfermagem do Hospital Unimed Noroeste/RS, Adriana Nespolo.