Em meio a dor da despedida, o gesto da doação de órgãos busca um sentido através da empatia e da esperança para outras vidas. Uma decisão sublime, que demonstra força e determinação em um momento marcado pela emoção e pela busca de significados no caso de um adeus repentino.
Foi ciente da importância deste gesto que mais uma família autorizou a Central de Transplantes do Rio Grande do Sul a realizar captação de órgãos no Hospital Unimed Noroeste/RS. O procedimento ocorreu ontem, 28.
Uma mulher, de 49 anos, teve morte encefálica diagnosticada na quinta-feira, 27, e com a comprovação através de testes clínicos e exames de imagem, deu-se início ao protocolo de doação, que na instituição é de responsabilidade da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott).
A doação resultou na captação de fígado e rins (órgãos) e córneas (tecido). O médico Guillermo Kiss, cirurgião da equipe de captação de órgãos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre e da OPO 7 (Organização de Procura de Órgãos), vinculada à Central de Transplantes, resume que a “doação é ato de amor e que pode salvar muitas vidas”.
O profissional, que fez parte da equipe que atuou na captação realizada no Hospital Unimed, reforça que “é importante que as pessoas se conscientizem, pois tem muita gente ainda na lista de espera aguardando um órgão. Muitas pessoas perdem a vida durante este período em que aguardam, então a doação realmente é muito importante. Se você é doador, manifeste para a sua família”. O deslocamento da equipe da capital do Estado teve apoio da Uniair, empresa de transporte aeromédico da Unimed-RS.
sta é a quarta captação realizada no Hospital Unimed Noroeste/RS desde o credenciamento no Sistema Nacional de Transplantes para captação de órgãos e tecidos, que ocorreu em 2016. O procedimento só acontece após a autorização familiar. “Com a Morte Encefálica diagnosticada, a decisão de doação de órgãos é de responsabilidade da família. Isso reforça a importância de informarmos nossos familiares sobre o desejo de ser doador. Pois, em meio a dor da perda de um ente querido, saber da sua vontade facilita a decisão”, explica a médica intensivista e cardiologista Andriéli de Oliveira Buzzeto, coordenadora da Cihdott do Hospital Unimed Noroeste/RS.
A profissional complementa que “a cada doação realizada, vários pacientes que estão aguardando em filas de transplante podem ter o seu sofrimento aliviado, com uma nova oportunidade de uma vida mais saudável”. À população em geral, a médica orienta: “converse sobre o assunto, manifeste em vida seu desejo de ser doador de órgãos”.