O Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) identificou, na quarta-feira (13/8), um corpo localizado em junho às margens do Rio Taquari, entre os municípios de Triunfo e General Câmara, por uma equipe do serviço de balsa. O corpo, que pertencia a uma mulher desaparecida em meio às enchentes do ano passado, encontrava-se em estado avançado de decomposição, o que impedia a identificação por outros métodos.
A partir do cruzamento de dados junto ao Banco de Perfis Genéticos, os peritos do Departamento de Perícias Laboratoriais conseguiram estabelecer uma correspondência entre o DNA do corpo e um perfil armazenado no sistema, vinculado a uma mulher desaparecida em 2 de maio de 2024, em Lajeado.
Material genético da filha foi crucial para a identificação
A correspondência entre as amostras só foi possível graças à filha da mulher desaparecida, que doou material genético ao Instituto-Geral de Perícias durante a Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas em 2024, permitindo o armazenamento do perfil em um banco de dados.
Coincidentemente, o “match” entre as amostras aconteceu durante a edição de 2025 da campanha nacional, reforçando a importância das doações feitas por familiares de pessoas desaparecidas, como destacou a chefe da Divisão de Genética Forense do IGP, Cecília Fricke Matte.
“Esse resultado evidencia a importância da colaboração dos familiares no trabalho de identificação de pessoas desaparecidas. A doação de material genético é essencial para que possamos fazer os cruzamentos e dar respostas concretas às famílias. Cada perfil doado representa uma chance real de encerrar um ciclo de incerteza e dor”, salientou Cecília.
Campanha Nacional de Coleta de DNA
A edição deste ano da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas segue até dia 15 de agosto, em diversos municípios do estado.
Os materiais coletados nos postos são incluídos no banco de dados apenas com a finalidade de buscar correspondências com pessoas sem identificação – sejam vivas ou mortas. Nos casos em que há um resultado positivo da comparação do perfil genético, a instituição responsável entra em contato com o familiar doador, tanto nos confrontos com restos mortais não identificados como na verificação de pessoas vivas de identidade desconhecida.
Atuação do IGP é destaque no cenário nacional
A identificação mais recente foi a 105ª realizada exclusivamente por meio de dados constantes no Banco de Perfis Genéticos do Rio Grande do Sul. Esses números reforçam a atuação do governo do Estado junto à busca por pessoas desaparecidas, bem como a importância da participação dos familiares.
Com essa nova descoberta, o Rio Grande do Sul aumentou para quatro o número de identificações realizadas a partir de materiais genéticos coletados durante as ações da campanha do Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2024.
Além disso, o IGP colocou recentemente o Estado na 4ª posição entre os que mais contribuem com dados para o Banco Nacional de Perfis de Genéticos (BNPG), que reúne informações de todos os laboratórios espalhados pelo país.