Passar por um problema de saúde na infância é complicado. Uma prova de superação para a criança e para a família. Para comemorar a vitória contra o câncer, 13 meninas ganharam um baile de debutante, no fim de semana, em Porto Alegre. Uma festa de 15 anos como elas e os familiares sempre sonharam.
Primeiro, as meninas foram conhecer a Serra gaúcha. A manhã de domingo (29) foi dedicada para cuidar da beleza, e a tarde, para viver um grande momento. Muitas fotos foram tiradas com a família, convidados e amigos.
As lembranças do tratamento ainda estão vivas na memória de cada uma. “Eu fui diagnosticada com três anos de idade, tive muita dor nas pernas. O médico falou: ‘Ela é muito pequena, talvez não sobreviva’. Uma bebê de três anos ia aguentar quimioterapia? E eu aguentei”, conta Taíssa Vasconcelos, uma das debutantes.
“Para mim, está representando um momento de vitória e muita alegria. Não é todo o dia que a gente faz 15 anos”, vibra a estudante Maira Cristina Trindade.
A festa também marcou a união. Nos momentos mais complicados, foi o apoio dos pais que ajudava cada uma delas a se fortalecer. “O diagnóstico que cai como uma bomba no colo da gente, que a gente nunca pensa que isso possa existir com a gente. E viver esse momento com ela aqui, hoje, não tem preço, é renascimento”, conta um dos pais, o motorista Luis Carlos Dihl Jardim.
“Teve momentos em que a gente queria estar no lugar dos nossos filhos. Primeiramente, porque não é fácil você ver teu filho ali, passando pelo processo da quimioterapia, perdendo cabelo, enfim. É uma coisa que toca muito a gente hoje relembrar, mas é uma luta vencida”, afirma o segurança Vanderlei Trindade.
Elas dançaram a valsa dos 15 anos com os cadetes do Colégio Militar e, depois, com os pais.
A ideia de presentar as meninas com a festa foi do voluntário e fotógrafo Dionathan Santos. Ele saiu em busca de doações. “É possível, sim, viver esse conto de fadas. E melhor, comemorar, porque elas são vencedoras”, relata o idealizador do evento.
O câncer mais comum entre o grupo de 580 pessoas que recebe apoio do Instituto do Câncer Infantil é a leucemia. Por isso, o evento também serve para chamar a atenção para o câncer infantojuvenil.
“Quanto antes a gente consiga diagnosticar o câncer infantojuvenil, maiores são as chances de cura, e mais festas poderemos fazer como essa”, diz a vice-presidente de Recursos Humanos do Instituto do Câncer Infantil, Maria da Graça Costi.
A festa terminou com todo mundo caindo na dança e comemorando a vida. As meninas, que nunca deixaram de sonhar, agora pensam no futuro com mais tranquilidade e menos preocupação. A cada nascer e pôr do sol, a vida ganhou mais brilho.