Em torno de 60% do milho desta safra em Boa Vista do Cadeado é irrigado, por isso, muitos agricultores vão conseguir salvar grande parte da produção, mesmo com a atual estiagem. Porém dos outros 40%, que são áreas de milho sequeiro, a perda é total, segundo o prefeito, João Paulo Beltrão dos Santos.
Ele observa que a grande maioria do milho sequeiro está em propriedades de pequenos produtores, ou seja, que sofrem impacto muito grande com essa perda de cultura, por consequência, na confecção de silagem e produção leiteira.
No que se refere à soja em Boa Vista do Cadeado, ocorre replantio em algumas áreas, além de que a falta de chuva compromete o cultivo, o que pode ficar para depois do período de zoneamento agrícola, com isso, sem cobertura do seguro. Por outro lado, a prefeitura de Boa Vista do Cadeado realiza divisão de redes de água maiores, para não faltar abastecimento para a comunidade.
A realidade é semelhante no município de Capão do Cipó, onde o milho sequeiro tem perda total. O prefeito, Osvaldo Froner, disse para a RPI que a falta de chuva também causa vultuosas perdas na soja, mas ainda sem percentual. Além disso, há falta de água potável para algumas famílias.
No caso de Ajuricaba, terça-feira pela manhã vai ter reunião na prefeitura, com vários segmentos, a fim de levantar as perdas causadas pela estiagem, bem como falta de água para animais e consumo humano. Ajuricaba constata prejuízos principalmente no milho e essas informações precisam ser repassadas para esferas estadual e federal.
Em Condor, a secretaria da Agricultura faz análises das perdas para divulgar números. Augusto Pestana, por sua vez, tem 90% de quebra no milho, além de reflexos negativos na produção leiteira. Outra preocupação é com a possível falta de água para os animais.
Já em Panambi, o prefeito, Daniel Hinnah, informou que a quebra no milho está em 60%. Há dificuldade de implantação de pastagens, ainda problemas para plantar os cerca de 10% de soja que restam. Na área leiteira, a redução é de 30% na produção.
No caso de Bozano, o prefeito, Renato Casagrande, esclareceu que as perdas pela estiagem se concentram, especialmente, no milho e pastagens. Nova Ramada tem situação semelhante a demais municípios, principalmente com quebra no milho.
Em Júlio de Castilhos a situação é ainda mais complicada e a prefeitura decretou situação de emergência. Com quase um mês sem chuva, a perda financeira em Júlio de Castilhos está em quase 6 milhões e 500 mil reais. O município leva água potável para algumas famílias e abre bebedouros para animais. Já o município de Tupanciretã deverá decretar situação de emergência na próxima segunda-feira, também devido à seca. Moradores da área rural já pediram que a prefeitura forneça água potável com caminhão pipa.