O Ministério Público está analisando a questão da qualidade da água de Ijuí, após uma pesquisa comandada pelo professor da Unijuí, Dr. Roberto Carbonera, indicar que há forte presença de agrotóxicos na água que é consumida pela população, tanto na entregue após o sistema de tratamento, quanto naquela retirada de poços artesianos pelo interior.
De acordo com o MP, foi solicitado “informações à Corsan e ao Município de Ijuí a respeito do assunto, sendo que os dois órgãos apresentaram respostas recentemente. Agora o expediente está em análise pelo promotor de Justiça”, detalha a nota encaminhada à reportagem da RPI.
Na pesquisa, o professor detalha que foram encontrados 10 tipos de agrotóxicos no ponto de coleta da Corsan no Rio Potiribu. Destes 10, conforme a pesquisa, seis ainda estão presentes na água que sai pelas torneiras para consumo.
Por sua vez, a Corsan detalha que o seu processo de tratamento de água é rigoroso em Ijuí e garante a qualidade e a potabilidade da água que é entregue, afirmando ainda, que segue as legislações vigentes no que tange a quantidades mínimas de presença de elementos químicos na água.
A qualidade da água de Ijuí também foi atestada pelo Secretário Municipal de Meio Ambiente, Yuri Pilissão, afirmando que no município são seguidos os parâmetros definidos por portarias de órgãos de fiscalização.
No entanto, um dos questionamentos levantados na pesquisa é, justamente, as portarias de regulam o setor. Para Carbonera e diversos outros pesquisadores no tema, a legislação brasileira é muito permissiva quanto a presença de agrotóxicos e outros elementos na água.
No ponto de coleta da Corsan, no rio Potiribu, a pesquisa identificou os agrotóxicos 2,4-D; Atrazina; Sulfentrazone; Azoxistrobina; Propiconazole; Tebuconazole; Carbendazim; Fipronil; Imidacloprido; e Tiametoxam; sendo que nas coletas nas torneiras de Ijuí, ainda foram identificados resíduos de 2,4-D; Atrazina; Propiconazole; Tebuconazole; Imidacloprido e Tiametoxam.
Além disso, na pesquisa, foram encontrados em todas as amostras feitas em poços artesianos a presença de, ao menos, um tipo de agrotóxico, com forte incidência do 2,4-D.
Diante dessa situação, o Ministério Público foi acionado para analisar essa situação pelo advogado e vereador ijuiense Bira Teixeira, através de uma notícia fato junto à Promotoria da cidade. A reportagem da RPI solicitou entrevista com o MP e aguarda retorno do órgão.
Alguns estudam apontam que a presença de resíduos de agrotóxicos na água, alimentos e em outras formas, é um dos motivos que contribuem para a região noroeste gaúcha, ser uma das que mais apresentam incidência de câncer na população.