O mundo do samba está de luto. Arlindo Cruz, um dos maiores nomes da música brasileira, faleceu nesta sexta-feira (8), aos 66 anos. O cantor e compositor estava internado no CTI do Hospital Barra D’Or, no Rio de Janeiro, tratando uma pneumonia. Desde 2017, sua saúde já estava debilitada após um AVC que o afastou dos palcos e o submeteu a 17 cirurgias.
Nascido em 14 de setembro de 1958, no bairro Piedade, Arlindo Domingos da Cruz Filho cresceu cercado por música. Influenciado pelo pai, Arlindão Cruz, começou a tocar cavaquinho aos sete anos. Aos 12, já se aventurava no violão, e aos 15 ingressou na escola de cadetes da Aeronáutica em Barbacena (MG), onde a música falou mais alto e o levou a festivais regionais.
Nos anos 1980, Arlindo brilhou na roda de samba do Cacique de Ramos, ao lado de Jorge Aragão, Beth Carvalho, Almir Guineto e Zeca Pagodinho. Em 1981, integrou o grupo Fundo de Quintal, onde ficou por 12 anos até seguir carreira solo. Foi autor de mais de 550 composições, muitas eternizadas nas vozes de grandes nomes do samba.
Também teve papel importante no Carnaval, compondo sambas-enredo para escolas como Vila Isabel, Grande Rio e Império Serrano, que o homenageou em 2023. Foi indicado cinco vezes ao Grammy Latino e venceu o Prêmio da Música Brasileira como melhor músico de samba, em 2015.
Casado com Babi Cruz, com quem teve dois filhos, Arlindo também era pai de Kauan Felipe. Em sua biografia O Sambista Perfeito, lançada em julho de 2025, Babi revelou que o estado de saúde do cantor era irreversível, agravado por uma infecção resistente. Arlindo deixa um legado eterno para o samba, marcado por talento, poesia e resistência.