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MANCHETES

Muares e ovinos Dohne Merino estreiam na 47ª Expointer

26 de agosto de 2024

A maioria das pessoas já ouviu falar em mula e burro, mas poucos sabem que esses animais são conhecidos como muares, classificados como equídeos. Neste ano, quatro exemplares da raça Pêga vieram de São Paulo para participar da 47ª Expointer pela primeira vez. Além deles, são novatos na feira ovinos da raça Dohne Merino, vindos de Santana do Livramento. Outras duas raças voltam depois de um tempo: os bovinos de corte Senepol e uma caprina Saanen.

Os muares são filhos de jumento com égua (burros, se machos, e mulas, se fêmeas). Presentes na Expointer, dois burros e duas mulas da raça Pêga, com idades entre um ano e meio e quatro anos, são do Criatório Campeãs da Gameleira, da cidade de Itapetininga (SP). “Uma das mulas, a Zaga da Gameleira, de quatro anos, ganhou no ano passado o título de segunda melhor mula jovem do Brasil em um concurso em São José do Rio Preto (SP)”, contou com orgulho o administrador da propriedade há 21 anos, Wilter Gomes, mais conhecido como Branco.

De acordo com o proprietário dos animais, Martin Frank Herman, Pêga é a melhor raça de asininos do mundo. “Eles são híbridos, ou seja, não se reproduzem. É a única raça de asininos reconhecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a única que existe no Brasil”, garante o criador.

Herman explicou que os muares têm uma resistência física muito grande, maior do que a do cavalo e a do jumento, e também a altas temperaturas. Também possuem menor carência nutricional; por isso, adoecem menos e, quando isso acontece, enfrentam as moléstias com mais facilidade. Além disso, são marchadores por excelência.

“Os jumentos são oriundos do norte da África, vieram para o Brasil na época da colonização portuguesa e depois se espalharam por toda a América do Sul”, comentou Herman. É a segunda vez que o Criatório Campeãs da Gameleira participa da Expointer. “Ano passado trouxemos jumentos Pêga”, relembrou Herman.

Ovinos Dohne Merino

Outra raça estreante este ano na Expointer é a de ovinos Dohne Merino. Fernando Martins, da Cabanha Mata-Olho, de Santana do Livramento, trouxe três exemplares: um macho e duas fêmeas, que vão participar de julgamentos. O macho é filho de animais importados do Uruguai, com pedigree. “É o Quatrinho, mimoso da minha esposa, que tem um ano e pesa 81 quilos. Uma das fêmeas é chamada de Carequinha, mas a outra não tem apelido. Cada uma pesa 60 quilos”, disse Martins, que também é médico veterinário e presidente da Associação Brasileira de Criadores de Dohne Merino.

Ovino Dohne Merino
Ovinos Dohne Merino foram trazidos por Fernando Martins, da Cabanha Mata-Olho, de Santana do Livramento – Foto: Eduardo Patron/Ascom Expointer

Ele contou que é a primeira vez da raça e dele na Expointer. “Hoje crio 500 animais, entre eles, 300 fêmeas em reprodução e 40 carneiros”. A raça tem origem na África do Sul, a partir do cruzamento do Merino Alemão (de carne) e o Merino Peppin (de lã). “Essa raça foi desenvolvida em uma região inóspita e é muito rústica. E ela se adaptou muito bem na Austrália, Uruguai, Argentina e Chile. É uma raça de duplo propósito (50% carne e 50% lã). A lã é fina, procurada pelo mercado de alta costura hoje. Quanto ao uso da carne, tem uma carcaça de excelente qualidade, acima de 46%”, esclareceu.

“Esses ovinos são animais dóceis. As fêmeas são excelentes mães, dão muito leite”, afirmou Martins. Ele começou a criar a raça há dez anos, quando adquiriu um reprodutor e foi cruzando com o Merino Australiano que possuía, até ela ficar definida. “Acredito que essa raça vai se expandir muito no Rio Grande do Sul.  A Associação tem apenas um ano e já possui 20 associados.”

Caprino Saanen

Depois de sete anos sem participar da Expointer, a raça de caprinos Saanen volta ao Parque de Exposições Assis Brasil pela mão da criadora Bernadete Batista, da Capril BBBAmbiental, de Governador Celso Ramos (SC). Ela trouxe uma única exemplar, a Katarina, de dois anos.

Cabra Katarina
A criadora Bernadete Batista, de Governador Celso Ramos (SC), trouxe a cabra Katarina para a feira – Foto: Eduardo Patron/Ascom Expointer

“É a minha primeira vez na Expointer”, contou feliz. Faz quatro anos que Bernadete cria esses animais. Ela já tinha um canil de cachorros São Bernardo há 40 anos e precisava de leite para os filhotes. Então comprou três minicabras, mas elas não deram conta. “Comecei a pesquisar e cheguei na Saanen. Aí me apaixonei e iniciei cursos sobre a raça. Hoje tenho seis cabras. Mas comprei um macho reprodutor com pedigree que deve chegar logo. Aí pretendo ampliar o meu capril com melhoria genética e aumentar a produção de leite.”

Bernadete explicou que a raça é originária da Suíça, da década de 1800, e veio para o Brasil com os colonizadores portugueses, na década de 1900. “São muito mansinhas. Cuido muito do bem-estar animal. Elas escutam música clássica porque sei que gostam. O manejo é muito importante. Em Santa Catarina, a alimentação é à base de palha de soja, ração de cabra, feno, silagem de milho e derivados. Além das folhas de bananeiras e de abacate, que eles adoram e comem diariamente.”

De acordo com a criadora, os animais produzem, cada um, de cinco a oito litros de leite por dia. “Faço queijo e derivados e vendo para os vizinhos, além do consumo próprio”, disse. “Para mim, a Katarina é um pet. Ela dorme no meu laboratório e tem livre acesso. Essa raça é bem calma e se adapta com outros animais com facilidade”, concluiu Bernadete.

Bovinos de corte Senepol

Os bovinos de corte da raça Senepol também estão de volta à Expointer depois de três anos. Emanuel Penha, da Cabanha Ematholu, de Triunfo, trouxe, pela primeira vez, 12 exemplares vermelhos, sendo sete machos e cinco fêmeas, além de um terneiro de três meses. Ele cria os animais desde 2019. Hoje são 60 ao todo.

Tourinho
Emanuel Penha, de Triunfo, ao lado de Tourinho, da raça Senepol – Foto: Eduardo Patron/Ascom Expointer

“Eles têm nomes como Baio, Tourinho e Foguetinho (o bebê). O Baio é o mais pesado, com cerca de 800 quilos. E o Tourinho é o primeiro touro registrado no Rio Grande do Sul”, contou orgulhoso.

Penha explicou que os animais são dóceis, rústicos (criados a campo), têm praticamente pelo zero e baixa incidência de carrapato. “Eles também possuem uma precocidade no abate em média de dois meses em relação a outras raças e uma conversão alimentar muito alta, ou seja, o aproveitamento da carne é grande. Ótimo para cruzamento industrial.” A raça, que é originária do Caribe, foi introduzida no Brasil em 2000 e no Rio Grande do Sul em 2018.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí e Expointer