Com quatro anos de consecutivos problemas climáticos no Rio Grande do Sul, a Fetag se mobiliza novamente para ajudar os agricultores gaúchos. Na atual safra de verão é a estiagem, porém, ano passado houve enchente da metade do ano e em 2022 e 2023, estiagens.
Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Joel da Silva, disse que a entidade retoma a pauta apresentada em 2024, que prevê prorrogação de dívidas do Pronaf e Pronamp com prazo de até 12 anos.
A Fetag, que representa a agricultura familiar, ainda busca liberação de recursos do BNDES para cooperativas e cerealistas, criação de um fundo de catástrofes para emergências climáticas e a anistia de parcelas de programas de incentivo, como o Troca-Troca de Milho. “Não queremos nada de graça, queremos pagar”, ressaltou Carlos Joel da Silva, visto acumulo de débitos pelos produtores, em razão de frustrações de safras.
Na mesma entrevista na Progresso, o presidente da Fetag enfatizou que o programa Desenrola Rural”, a ser lançado em breve pelo governo federal não deverá abranger todos os produtores familiares, pois o anúncio é de atendimento de agricultores com renda bruta familiar de até 50 mil reais, ou seja, apenas alguns grupos do Pronaf. Outra queixa e Carlos Joel é quanto ao desmonte do Proagro, que cada vez fica mais difícil de acessar por parte dos produtores.
Ontem pela manhã, a Fetag apresentou dados sobre consequências de secas intensas e chuvas excessivas na agricultura. As prorrogações de crédito rural oficial ano passado chegaram a 11 bilhões e 300 milhões de reais. Já o custeio contratado para a safra 2024/2025 somou 14,8 bilhões, além dos R$ 2,3 bilhões de cooperativas. Com isso, o endividamento é superior a 28 bilhões de reais.
De imediato, a federação quer a prorrogação automática de créditos rurais vinculados ao Pronaf e Pronamp por 120 dias. Outro pedido é a revogação das resoluções que limitam a cobertura do Proagro e contagem dos anos para acesso ao programa a partir de 2023. A Fetag convidou deputados federais, estaduais, senadores, os ministros da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, além do governador Eduardo Leite, para reunião no próximo dia 17, a fim de encaminhar o que cada segmento pode fazer para mitigar efeitos da estiagem.
E também dia 17 vão ser realizados atos em 16 municípios gaúchos, visto a estiagem, iniciativa da Fetag. A regional Fetag Alto Jacuí realizará manifestação em Não-Me-Toque; regional Ijuí, em Ijuí; regional Médio Alto Uruguai, em Frederico Westphalen; regional Missões 1, em São Miguel das Missões, regional Missões 2, em São Luiz Gonzaga; regional Santa Maria, em Santiago; regional Santa Rosa, em Tuparendi; e regional Fetag de Três Passos, mobilização devido à estiagem em São Martinho. No caso de Ijuí, o movimento vai começar às 10 horas, com foco o Banco do Brasil.