Uma nova cultivar começa a chegar em lavouras da região. Trata-se da Brassica carinata, também conhecida como Mostarda-da-abissínia. É uma oleaginosa para lavouras de inverno, com tradição na Argentina. A primeira experiência no Rio Grande do Sul acontece neste ano, com o plantio de aproximadamente cinco mil hectares.
A região que engloba os municípios de Jóia, Santo Ângelo, Vitória das Missões, Cruz Alta, São Miguel das Missões, Giruá, Tupanciretã e Palmeira das Missões, vai totalizar cerca de 35% da área no Estado. Em Jóia, um agricultor vai cultivar 250 hectares.
O projeto ocorre em parceria com a Celena Alimentos, empresa, com sede em Giruá, que atua no segmento de canola. O gerente sênior da Celena, Vantuir Scaranti, explica que a Brassica carinata não é comestível e é direcionada para produção de biocombustível, especialmente de avião. Os agricultores que cultivam a mencionada espécie nesta safra no território gaúcho já possuem contrato para venda da produção para a Celena. Inclusive, os produtores receberam as sementes e tem acompanhamento técnico. Todo o material vai ser exportado, com industrialização fora do Brasil.
Ontem, às 6 horas e 30 minutos, Vantuir Scaranti ampliou o tema durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. Ele destacou a importância da Brassica carinata para rotação de cultura e na redução das emissões de carbono através do biocombustível, ou seja, muito menos poluente que os combustíveis fósseis. Com ciclo de 140 a 150 dias, a cultura pode render entre 30 e 33 sacas por hectare, com a cotação igual da soja. Vantuir Scaranti esclareceu que a planta não é transgênica e não vem para competir com a canola.
O Progresso Rural de ontem ainda abordou informações sobre mudança no sistema de enquadramento do Proagro a partir da próxima safra de verão, ou seja, o percentual de cobertura do Proagro vai depender do período de plantio da cultura, por exemplo, a soja. O Progresso Rural vai ser reprisado hoje, a partir das 22 horas, no programa Companhia da Noite da RPI.