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Operação do MP contra neonazismo investiga alvo em Caxias do Sul

21 de outubro de 2024
Foto: MPRS/Divulgação.

Um grupo investigado por promover discursos de ódio, antissemitismo, apologia ao nazismo e por planejar atos violentos em diferentes regiões do Brasil foi alvo de uma operação, na manhã desta segunda-feira (21), coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).

Denominada Operação Overlord, a ofensiva, realizada simultaneamente em cinco estados, resultou no cumprimento de oito mandados de busca e apreensão, além da prisão preventiva de quatro integrantes do grupo, entre eles os suspeitos de serem os principais líderes do grupo extremista. As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de São Paulo (SP), Taubaté (SP), Curitiba (PR), Cocal do Sul (SC), Jaraguá do Sul (SC), Pomerode (SC), Caxias do Sul (RS) e Aracajú (SE).

No município da Serra gaúcha, foram localizadas e apreendidas facas e artefatos militares na casa do investigado. As diligências no Rio Grande do Sul contaram com apoio do MPRS, por meio do Núcleo de Prevenção à Violência Extrema, e do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM). 

Perfil dos investigados

Entre os presos da operação desta segunda-feira (21), destaca-se um suspeito de exercer a liderança do grupo e que estaria envolvido diretamente em um homicídio ocorrido em 2011, quando um jovem do movimento punk foi assassinado. O crime, motivado pela ideologia do agressor, evidencia o alto grau de violência fomentado pelos investigados por integrarem a organização.

Outro preso é um militar da ativa do Exército Brasileiro, um praça temporário, suspeito de participar ativamente de encontros neonazistas. Embora os crimes preliminarmente atribuídos a ele não estejam diretamente relacionados às suas funções militares, seu conhecimento avançado em táticas de combate e armas de fogo aumenta significativamente o nível de risco associado à sua participação no grupo.

A investigação também revelou que o grupo mantinha uma banda que se apresentava em eventos neonazistas em várias regiões do Brasil. Nesses encontros, bandeiras com suásticas eram exibidas, e discursos de ódio atraíam um número crescente de seguidores. Alguns dos eventos chegaram a reunir mais de 30 pessoas.

Os membros do grupo se autodenominam skinheads neonazistas e adotam como símbolo o Sol Negro – um emblema associado ao ocultismo nazista e à supremacia ariana – com um fuzil AK-47 ao centro. Esse símbolo representa, na visão dos investigados, tanto a supremacia branca quanto a glorificação da violência, indicando a disposição do grupo para o uso da força em sua imposição ideológica.

Adicionalmente, foi identificado que o grupo realizava uma cerimônia de “batismo” para novos membros. Esse ritual de iniciação tinha como objetivo fortalecer os laços internos e reafirmar a adesão à ideologia extremista, sendo considerado crucial para a coesão e expansão do grupo.

Segundo o MPSC, as investigações continuarão com o objetivo de garantir que todos os envolvidos sejam devidamente identificados e criminalmente responsabilizados. 

Fonte: Informações de MPSC e MPRS