A última sessão da Câmara de Vereadores de Ijuí foi marcada pela presença de membros do Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) que usaram a tribuna para expor a situação financeira da casa de saúde. O pedido foi feito pelo presidente da casa, o vereador Matheus Pompeo de Mattos (PDT) após constatações de deficiência no atendimento pediátrico. Conforme o apurado, apenas três médicos atuam no setor que comporta a UTI Neonatal, o atendimento clínico e residência em pediatria junto à Unijuí. De acordo com as colocações do vereador, os médicos fazem, no mínimo, oito horas por dia de segunda a segunda, estando sobrecarregados. Segundo ele, já houve pedidos de demissão.
Pra tentar resolver o problema, reuniões foram realizadas com Conselho de Sáude, 17ª Coordenadoria Regional de Saúde e prefeitura. Conforme Pompeo, o HCI solicitou mais ajuda do Executivo. “O que verificamos e também há essa queixa da própria administração do hospital é a morosidade no repasse de recursos do Executivo. A informação é que tem uma proposta oficial do prefeito (Andrei Cossetin) ao hospital e isso está sendo analisado, o que nos deixa satisfeitos”, informou em entrevista à RPI.
O vereador disse saber que a média complexidade é responsabilidade do Estado e o município é responsável pela atenção básica à saúde. “Mas no momento em que a corda estoura e arrebenta no HCI, todos somos afetados. Os problemas que acontecem na UPA, por exemplo, com a dificuldade no fluxo, não é porque o HCI não quer atender, não é porque o hospital fecha as portas, é porque não tem onde pôr gente. Não há estrutura e para aumentar esses leitos a casa de saúde precisa ter uma garantia que terá uma contrapartida”, disse Pompeo.
O presidente do legislativo avalia que, hoje, um leito do Sistema Único de Saúde (SUS) não é autossustentável. “Então, o HCI não tem como abrir 20 ou 30 leitos SUS e causar um déficit ainda maior e diminuir o tempo de vida da instituição”, afirmou.
Ainda conforme Pompeo, todos os vereadores convergem para ajudar a instituição e o Executivo também deve estar na mesma linha. “O que posso adiantar é que a Câmara está estudando quanto e qual a forma de recursos que repassaremos ao hospital. No ano passado foi repassado em recurso R$ 1 milhão para a compra de serviços para cirurgia de média complexidade. Isso não fica nem 10% para a instituição. Precisamos pensar em uma verba de custeio e evoluir nesse sentido”, concluiu.