Segundo a Apromilho, nesta safra, no máximo, o Rio Grande do Sul poderá colher a mesma média do ano passado em termos de rendimento de milho por hectare. Isso porque, a estiagem prejudica várias regiões, especialmente nas Missões, Central, Oeste e Sul.
O presidente da Associação dos Produtores de Milho do Estado, Ricardo Menegheti, frisa que o território gaúcho possui uma espécie de mosaico no que se refere ao milho, visto que algumas regiões contam com bom rendimento, mas em outras a quebra é muito grande. Ele cita que na região do Alto Uruguai, por exemplo, município de Doutor Maurício Cardoso e áreas vizinhas, houve boas chuvas.
Na propriedade no município de Paulo Bento, próximo a Erechim, onde dia 23 de janeiro ocorreu a abertura oficial da colheita do milho no Rio Grande do Sul, foi possível colher 200 sacas por hectare em lavoura de sequeiro. Menegheti comenta que em certas regiões vai ser possível obter rendimento de 140 a 150 sacas, porém, em outros locais de 30 a 40 sacas por hectare. Diante disso, entende que não vai ser possível chegar às 5 milhões e 300 mil toneladas de milho projetadas para esta safra no território gaúcho.
Ontem, às 6 horas e 30 minutos, o presidente da Apromilho ampliou esse e outros temas em entrevista no programa Progresso Rural da RPI. Também para exemplificar, Ricardo Menegheti observa que em Santo Augusto ocorreram chuvas relativamente boas, porém com problemas no florescimento do milho. Em áreas irrigadas, a produtividade do cereal deverá ser praticamente normal, no entanto, os altos custos preocupam.
Na mesma entrevista ontem pela manhã no Progresso Rural, Ricardo Menegheti destacou que na abertura da colheita do milho, em Paulo Bento, novamente foram abordados aspectos sobre irrigação, cada vez mais fundamental devido às constantes estiagens.
Segundo ele, já existem avanços no governo estadual. Por exemplo, o Estado disponibiliza financiamento como benefício financeiro para projetos de irrigação. O produtor rural recebe benefício de 20% do valor do projeto, limitado a 100 mil reais por beneficiário. No momento, o governo gaúcho está com edital aberto para o recebimento de projetos de irrigação.
Menegheti também esclarece que além de ser importante para rotação de culturas, o milho tem bastante mercado no Brasil, até porque existe deficit desse cereal, ou seja, mais consumo que produção. Abaixo, a entrevista com Ricardo Menegheti: