Hoje, Dia Nacional da Consciência Negra, é data para refletir sobre a valorização das raízes africanas, importância da dança e culinária, ainda analisar as desigualdades sociais que os negros ainda são submetidos, dentre outras questões, segundo disse nesta manhã durante entrevista à RPI a integrante da etnia Afro de Ijuí, Denise Zilch (foto).
Ela entende que não apenas nesta quarta-feira, mas todo o novembro deve ser pensado como mês da Consciência Negra e a data também pode ser entendida como um contraponto ao 13 de maio, quando é lembrada a data de assinatura da Lei Áurea no Brasil, ocorrida em 1888, que aboliu, oficialmente, a escravidão no país.
Denise Zilch frisou que mesmo com a carta de abolição, após 13 de maio de 1888 os negros ficaram sem garantias de emprego, de vida digna, além de outros quesitos, o que começou a ser conquistado apenas com o passar do tempo.
Zilch enfatizou que na área jurídica existem muitos avanços em relação à população negra, por exemplo, leis sobre igualdade e de cotas, no entanto, na prática é preciso avançar para que os negros tenham mais posições de destaque na sociedade. Para Denise Zilch, esse debate sobre igualdade para negros já passou da fase de discussão e é preciso partir cada vez mais para a prática.
Programação
Para celebrar o Dia da Consciência Negra, o Grupo Cultural Herdeiros de Zumbi de Ijuí promove, hoje, a 1ª edição do Ajô- Cultura e Resistência, evento que vai ser marcado por reflexão e valorização da cultura e identidade Afro-brasileira.
Segundo os integrantes do Grupo Cultural, a palavra “Ajô” significa “juntar”, representando a união, o que se estabelece em qualquer manifestação de matriz africana e afro-brasileira. Porém, devido à instabilidade climática, o local da programação mudou, ou seja, não vai mais acontecer na praça da República e sim na Estação Cultura, ao lado de viação ferrea, rua do Comércio.
O evento vai começar, logo mais, às 14 horas e 30 minutos, e vai contar com diversas programações, entre elas, painéis temáticos sobre a influência da cultura Afro-brasileira na sociedade, roda de conversa sobre “Raízes e Ramificações”, apresentações artísticas e roda de capoeira, presença do grupo Charme da Liberdade, apresentação do projeto Foca na Capoeira do grupo Oxosse, bem como mostra de trabalhos sobre herança africana, exposição de artes visuais com a Associação de Artistas Visuais de Ijuí e demais atividades de integração. Toda comunidade poderá participar.