Apesar de, finalmente, a fumaça gerada pelo incêndio no silo de armazenagem de grãos da empresa Campo e Lavoura, em Ijuí, ter sido extinta, os moradores precisaram conviver por quase um mês com a poluição do ar e o cheiro forte. Nesse período, inúmeras manifestações e ações foram organizadas pela comunidade que vive nas proximidades do local, reivindicando soluções urgentes. Eles alegavam que o ocorrido já se configurava como um problema de saúde pública, devido aos problemas respiratórios e outros sintomas causados pela inalação da fumaça.
Para entender melhor o impacto desse episódio na saúde dos ijuienses, a Rádio Progresso conversou com a Dra. Shana Segatto Vendruscolo, pneumologista. Ela confirmou que a fumaça libera diversos poluentes e partículas extremamente prejudiciais à saúde, inflamando as vias aéreas, os pulmões e prejudicando a resposta imunológica das pessoas expostas.
Segundo ela, o caso é tão sério que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar é uma das dez principais ameaças à saúde global. A inalação da fumaça aumenta os riscos de infecções respiratórias agudas, especialmente em crianças e idosos, além de elevar a incidência de doenças cardiorrespiratórias e neurológicas.
Além disso, a exposição prolongada, como ocorreu em Ijuí, pode agravar quadros de saúde já existentes, como rinite, asma e bronquite, causando sintomas como dor de cabeça, irritação nos olhos, nariz e garganta, tosse seca, dificuldade para respirar, cansaço e ansiedade.
Ouça abaixo a entrevista completa gravada com a pneumologista Dra. Shana Segatto Vendruscolo: