No auge da pandemia da Covbid-19, o combate a outras doenças, que já assolavam a população, ficou quase parado, na medida em que todas as atenções eram voltadas ao, até então, desconhecido coronavírus.
Com isso, milhares de pacientes que não tiveram seus exames de rastreamento e de confirmação de diagnóstico de câncer realizados de forma precoce, estão chegando num estágio muito mais avançado no Hospital de Caridade de Ijuí, o que diminui as chances de cura e aumenta o índice de mortalidade, segundo o médico oncologista, coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme) e do Cacon do HCI, Edilson Walter.
Em entrevista à Rádio Progresso, dr. Edilson disse que no que se refere aos atendimentos tanto para diagnóstico quanto tratamento do câncer, no HCI, a situação está regularizada, e citou que a casa de saúde conseguiu importantes avanços, como por exemplo, reduzir a fila de atendimento e viabilizar um tratamento mais efetivo aos pacientes, no entanto, a situação mais preocupante é realmente em relação ao estágio avançado que muitos pacientes apresentam.
Sobre o número de casos mensais que chegam ao Cacon, segundo Dr. Edilson é impossível contabilizar, mas se trata de uma grande quantidade, já que o Cacon do Hospital de Caridade de Ijuí é um dos três do estado, e em volume de quimioterapia, ocupa o segundo lugar em todo Rio Grande do Sul, ficando atrás apenas da Santa Casa de Porto Alegre. A população atendida pelo HCI, segundo o médico, é superior a um milhão de pessoas.
Sobre os tipos mais frequentes de câncer, em mulheres, o de mama segue na lista no topo. Os homens lideram com o câncer de próstata e pulmão. Cânceres gastrointestinais também estão no topo dos registros no Hospital de Caridade. Sobre o índice de mortalidade, segundo Dr. Edilson, se o paciente chega num estágio inicial as chances de cura são muito boas, ao contrário de pacientes que apresentam diagnóstico tardio.