Preços médios dos produtores agrícolas equilibraram queda das exportações gaúchas do setor em 2022

Do total de exportações do Rio Grande do Sul, cerca de 73% se referem ao agronegócio, ou seja, o Estado depende muito do setor agrícola. Conforme o Economista e professor da Unijuí, Argemiro Brum, nos nove primeiros meses do ano passado, as vendas por parte Rio Grande do Sul representaram 11 bilhões e 600 milhões de dólares, apenas 0,1% acima do mesmo período de 2021. No entanto, o volume embarcado caiu 19,3%, reflexo da estiagem do verão passado que causou grande quebra na produção da agricultura.

O dado positivo foi o aumento médio de 24% nos preços médios com exportações. O complexo soja, principal item exportador, que abrange a oleagianosa em grãos, farelo e óleo, sofreu queda de 34% nas vendas externas, resultado da seca. Já o setor de carnes cresceu 14,4% nas exportações gaúchas, especialmente frango e bovino. Os números dos três últimos meses de 2022 ainda não foram divulgados.

No último sábado, Argemiro Brum ampliou o tema durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. O Economista ainda falou do crescimento do trigo e derivados nas exportações gaúchas e a boa perspectiva do mesmo cereal nas vendas para 2023, devido à grande safra de 2022. Porém, Argemiro Brum alertou sobre a alta dos custos dos insumos agrícolas, estagnação dos preços pagos pela soja, trigo e milho, aumento de juros, ainda variáveis que influenciam esse mercado, por exemplo, guerra entre Rússia e Ucrânia.

No tocante à soja, um dos fatores que pode prejudicar o produtor gaúcho é a redução de importações por parte da China, devido à nova onda de Covid. Hoje, às 22 horas, o Progresso Rural vai ser reprisado no programa Companhia da Noite da RPI.