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Produtores do Elite a Pasto superam estiagem e aumentam produtividade

21 de junho de 2023

Diante de um período de estiagem entre os meses de novembro de 2022 a março de 2023 que afetou a produção agropecuária no Estado, os produtores participantes do Projeto Elite a Pasto, em Serafina Corrêa, conseguiram manter o ritmo de melhoria da produtividade leiteira em suas propriedades, mesmo com o desafio da escassez de chuvas.

Um exemplo é a propriedade de Nelson Pavoni e família, uma Unidade de Referência do Projeto Elite a Pasto, que destaca os bons resultados alcançados durante esse período do último verão. Nos meses mais difíceis da estiagem e calor, entre dezembro e fevereiro, a propriedade obteve médias de produção na faixa de 30 litros/vaca/dia com suas vacas holandesas. A Granja Perin, outra unidade de referência, registrou média entre 21 e 25 litros/vaca/dia com vacas Jersey. Em ambos os casos, essas produtividades foram alcançadas em um sistema de alto consumo de pasto e moderada suplementação volumosa ou concentrada, mesmo com a falta de chuvas no período.

Conforme os registros de dados mensais das propriedades realizados no projeto, essas produtividades leiteiras, com esses níveis de suplementação, geralmente só eram alcançadas nessas propriedades no inverno, com a disponibilidade de pastagens hibernais, de maior qualidade, e uma condição climática mais favorável para os animais em temperatura e umidade.

O produtor Gilson Perin relata que o segredo está na utilização de pastagem perene, no manejo da altura de pasto e na suplementação ajustada no momento adequado. Gilson ainda afirma que “nem tudo são flores, mas em um período de 20 dias sem chuvas, por exemplo, se perde um ou dois ciclos de pastejo devido ao atraso do pasto”. No entanto, assim que chove, o pasto se recupera e a produção volta ao normal. “Diferente de uma lavoura de milho para silagem, por exemplo, onde uma estiagem de 20 dias pode comprometer a disponibilidade de volumoso para o ano todo”, reforça.

O engenheiro agrônomo Leandro Ebert, da Emater/RS-Ascar, explica que esses resultados foram alcançados graças à adoção de tecnologias como o Rotatínuo, que dentre outros benefícios aumenta a capacidade de rebrote e resiliência do pasto frente a adversidades, além da adubação de sistemas, o uso de bioinsumos e a intensificação da produção de silagens de inverno. Essas práticas adotadas permitiram uma melhor utilização dos recursos forrageiros e uma maior disponibilidade de forragem nas propriedades para enfrentar a estiagem.

No entanto, o que impulsionou ainda o avanço na produtividade, explica Ebert, foi o emprego das técnicas para elevar o consumo de pasto pelos animais, com o Rotatínuo, associadas ao balanceamento das dietas dos rebanhos, utilizando-se de métodos avançados e atualizados para exprimir o ótimo potencial de produção dos rebanhos com esse alto consumo de pasto. A partir dessa experiência, Nelson Pavoni ressalta que “mesmo quando você está bem, não pode se acomodar, porque sempre tem espaço para melhorar”.

Elite a Pasto
O Projeto Elite a Pasto é desenvolvido desde o final de 2020 em Serafina Corrêa pela Emater/RS-Ascar em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do município, e tem como objetivo desenvolver um sistema de produção de leite que viabilize a atividade leiteira para pequenas e médias propriedades utilizando pastagens. Desde então, diversas técnicas e tecnologias já estão validadas e consolidadas no projeto, o que permitiu alcançar esses resultados e tornar o Elite a Pasto uma referência na busca, aplicação e desenvolvimento de soluções eficientes na produção de leite a base de pasto com suplementação.

Fonte: Emater-Ascar/RS