Como forma de pressionar pela securitização, agricultores realizam mobilizações em vários pontos do Estado. Hoje, por exemplo, houve manifestação em Santo Ângelo, com deslocamento de maquinários pela cidade. O protesto da Capital das Missões deve seguir nesta terça-feira. Da mesma forma, hoje ocorreu protesto em Frederico Westphalen. Sexta-feira, deverá acontecer mobilização de produtores rurais em Coronel Barros. Os produtores gaúchos querem aprovação do projeto de securitização, que estabelece prorrogação de dívidas por 20 anos.
Famurs
Prefeitos do Rio Grande do Sul deverão realizar movimento em Brasília na primeira semana do próximo mês, em defesa da securitização das dívidas agrícolas dos agricultores gaúchos. Esse foi um dos encaminhamentos da reunião realizada hoje à tarde na Famurs – Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – que reuniu prefeitos, vereadores, deputados, senador Luis Carlos Heinze, inclusive o governador, Eduardo Leite, e entidades rurais, como Fetag, Fecoagro e Farsul.
E durante o evento de hoje na Famurs, foi relatado que nos últimos cinco anos, o Rio Grande do Sul foi impactado por eventos climáticos extremos que causaram perdas agrícolas bilionárias. Em 2024, a tragédia das enchentes atingiu diretamente mais de 200 mil propriedades rurais e causou prejuízos estimados em 4 bilhões e 100 milhões de reais apenas na agricultura. As perdas acumuladas no setor desde 2020 já ultrapassam os 92 bilhões de reais.
O encontro resultou em dois documentos. Um deles, se trata de uma carta aberta ao Governo Federal que cobra medidas emergenciais e estruturais para enfrentar o alto nível de endividamento rural que atinge os agricultores gaúchos. Uma das principais medidas sugeridas na carta é o alongamento dos débitos dos produtores rurais por 20 a 25 anos, com juro limitado a 3%.
Confira a carta elaborada durante o encontro da Famurs
A carta ainda propõe a criação de um fundo garantidor para as operações de crédito rural, linhas de financiamento com juros subsidiados, investimento em infraestrutura de armazenamento e irrigação, além de medidas para facilitar a importação de insumos. Além disso, foi solicitada a manutenção do acesso ao crédito rural para os próximos anos, pelo Governo Federal, através da garantia dos bancos em renegociação de acesso normal ao crédito oficial sem restrições.
Ainda se destaca na carta, elaborada no encontro da Famrus, a ampliação emergencial dos limites do Proagro para 500 mil reais por CPF, acelerando o pagamento de parcelas em atraso e com dispensa de vistorias presenciais em áreas com decreto de calamidade reconhecido neste mês, conforme decreto estadual.
Outro pedido é a criação de linha de crédito emergencial com juros de 3% ao ano para custeio da safra 2025/2026, com limite de 500 mil reais por produtor e carência de 12 meses, garantida pelo FGO em até 80%. Desde 2020, foram reconhecidos pela União 2.895 decretos municipais de situação de emergência ou calamidade pública no Rio Grande do Sul.