Região de Ijuí sofrerá grande impacto na produção de sementes de soja em função da estiagem

Além do baixo rendimento, em razão da estiagem, a soja da atual safra vai ter qualidade bem inferior do que os últimos anos. Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o gerente da empresa 3Tentos, em Ijuí, André Bigolin, disse que recebeu informação de um agricultor de Coronel Barros e outro de Capão do Cipó, que já colheram pequenas áreas, plantadas em outubro, ou seja, cultura precoce.

O resultado apresentado é de grãos mal formados, muitos esverdeados, ou seja, não completaram a maturação. Bigolin assinala a preocupação com a repercussão dessa soja para a indústria, por exemplo, no caso de produção de óleo e farelo de soja. Ainda observou a expectativa da oleaginosa que ainda vai ser colhida. Ele também esclareceu que pelo fato da seca ocorrer em outras regiões, por exemplo, Santa Catarina, Paraná, além da Argentina e Paraguai, fica difícil obter soja de melhor qualidade.

André Bigolin comentou a preocupação das sementes de soja para plantio da próxima safra, período 2022/2023. Frisou que as sementeiras do Rio Grande do Sul têm capacidade para produzir cerca de 50% das sementes utilizadas pelos produtores gaúchos. O restante, geralmente, se refere a sementes salvas nas propriedades pelos produtores. Porém, com a falta de chuva deste ano, os agricultores não deverão ter produto a ser reservado ou em pouca quantidade. A esperança, conforme Bigolin, é que a atual safrinha de soja, em áreas irrigadas, onde havia milho, possa resultar em sementes ideais para o próximo plantio.

O gerente da 3Tentos em Ijuí também observou que na safra atual, há produtores que tentam manter em razoáveis condições a soja em áreas de baixada e alguns outros locais onde ainda a oleaginosa tem possibilidade de boa qualidade, através da aplicação de fungicidas e controle de pragas, para que ocorra mais sementes à próxima safra.