Não bastasse os prejuízos bilionários causados pela estiagem na atual safra de verão, os agricultores foram surpreendidos pelo governo federal que suspendeu, até o final deste mês, os custeios e investimentos à safra de inverno de 2022 ou qualquer outro contrato agrícola dessa natureza. A explicação da União é que precisa ocorrer estudo sobre equalização de juros, visto a recente alta da taxa Selic. Diante disso, por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí até confecciona projetos de financiamento para a próxima safra de inverno, mas não consegue fazer a assinatura.
Semana passada, representantes da Fetag estiveram em Brasília, também para tratar sobre medidas de apoio em razão da seca. O senador gaúcho, Lasier Martins, se comprometeu em fazer indicação de prioridade do Senado, para o Ministério da Economia, para que o recurso do crédito rural seja recomposto e as contratações da safra de inverno possam ser liberadas. Sobre a estiagem, amanhã, as 18 horas, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul vai ter reunião, na Capital Federal, com todos os deputados federais e senadores gaúchos.
Durante entrevista hoje pela manhã na RPI, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul, Carlos Joel da Silva (foto), enfatizou que em relação à suspensão de novos financiamentos, a medida adotada pelo governo federal vem num momento muito delicado, não apenas por conta da estiagem, mas também porque os produtores preparam o plantio da safra de inverno.
Frisou que além de uma equipe da Fetag, estão em Brasília integrantes de federações da agricultura familiar de Santa Catarina e Paraná. Se espera que até o final dessa semana a União mude de ideia e reabra os financiamentos e custeios. Nessa semana, haverá reuniões com a bancada gaúcha no Congresso Nacional, presidentes da Câmara dos Deputados e Senado, ainda com o relator do orçamento do governo federal a fim de debater os mencionados assuntos.