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Projeto de Eduardo Leite que visa privatizar 99 escolas estaduais do RS gera crítica e resistência do Cpers

15 de julho de 2024

A semana começa com uma intensa mobilização por parte do Cpers, sindicato que representa os professores e funcionários de escolas estaduais do Rio Grande do Sul. A presidente do núcleo de Ijuí, Terezinha Mello, detalhou, em entrevista à Rádio Progresso hoje (15) que a entidade luta contra o plano anunciado pelo governador Eduardo Leite, que visa privatizar 99 escolas estaduais em 15 municípios gaúchos, o que representa 4,2% da rede estadual de ensino.

A consulta pública para a reforma e manutenção das escolas é lançada neste mês, com o edital e o leilão da Parceria Público-Privada (PPP) previstos para o próximo ano. Para a presidente do Cpers, o projeto é um golpe à educação gaúcha. “O repasse de serviços fundamentais como limpeza, manutenção e segurança para iniciativa privada significa a demissão de servidoras(es) que serão demitidas sem consideração por anos de serviço”, afirma Terezinha.

Preocupados com o andamento do projeto, representantes dos núcleos do Cpers de Ijuí, Santo Ângelo e Santa Rosa já participaram, na última sexta-feira pela manhã(12), de uma mobilização em Porto Alegre, seguida de assembleia, quando ficou decidido que os núcleos novamente se reúnem amanhã (16) na capital do estado, na tentativa de negociações com o governo.

O Cpers argumenta que a privatização transformará escolas em negócios lucrativos, prejudicando alunos e profissionais da educação. “Estamos há 14 anos sem reposição salarial, nem isso o governo faz por nós, e agora, apresenta esse pacote que vem pra ‘desmontar’ a educação gaúcha”, afirma Terezinha, que citou ainda sobre a tendência de privatização das escolas públicas em outros estados, como São Paulo, que segundo ela, representa um retrocesso alarmante para a educação pública brasileira. O CPERS promete resistir à privatização, argumentando que é um passo em direção à mercantilização da educação pública, prejudicando a gestão democrática das escolas e a participação das comunidades, estudantes e educadores.

O que prevê o projeto: lançado em agosto de 2023, o projeto permitirá à iniciativa privada explorar os serviços das escolas por 25 anos. O governo dividirá a “parceria” em três lotes, cada um com 33 escolas, com uma contrapartida máxima estimada em R$ 203,6 milhões por ano, o que equivale a pouco mais de R$ 2 milhões por escola.

Ouça abaixo a entrevista com a presidente do núcleo do Cpers de Ijuí, Terezinha Mello: 

Fonte: RPI