Atendendo a uma reclamação da Procuradoria de Recursos do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu na última quinta-feira uma decisão que revoga a prisão domiciliar de Edelvania Wirganovicz, condenada no caso Bernardo.
A decisão monocrática do ministro invalida a determinação anterior da 2ª Vara de Execuções Criminais da comarca de Porto Alegre e estabelece que a apenada, sentenciada a 22 anos e 10 meses de reclusão pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, retorne ao regime semiaberto.
O MPRS apresentou a reclamação sob o argumento de que o benefício foi concedido indevidamente, uma vez que ainda não foi cumprido 50% da pena.
Bernardo Boldrini, de 11 anos, desapareceu em março de 2014, na cidade de Três Passos. Dez dias depois, seu corpo foi encontrado enterrado em uma cova vertical às margens do rio Mico, no município de Frederico Westphalen.
Na época, o pai do menino, o médio Leandro Boldrini, e sua madrasta, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos de serem, respectivamente, o mentor intelectual e a executora do crime. Também foi detida Edelvania Wirganovicz, amiga de Graciele, investigada por participação na ação criminosa.
Além deles, Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvania, foi preso sob suspeita de ter preparado a cova onde o corpo da criança foi enterrado.