As emissões de gases de efeito estufa (GEEs) no Rio Grande do Sul atingiram 77,6 milhões de toneladas de CO2eq em 2020, uma queda de 3,85% em relação ao ano anterior, quando foram emitidas 80,7 milhões de ton.CO2eq. O movimento no Estado acompanhou a tendência mundial de redução das emissões, de cerca de 7%, resultado da diminuição das atividades e da circulação de bens e de pessoas em virtude das restrições impostas pela pandemia de covid-19. Na contramão da tendência, no Brasil as emissões cresceram cerca de 10% em 2020, chegando a 2,04 bilhões de ton.CO2eq, ante 1,86 bilhões de ton.CO2eq de 2019, alta impulsionada pelos índices de desmatamento e queimadas na Amazônia.
Dados sobre as emissões de gases de efeito estufa e das pessoas afetadas por desastres naturais relacionados ao clima no RS e no país estão no estudo “Combate às mudanças climáticas: a situação do RS no cumprimento das metas do ODS 13”, produzido pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG), e divulgado nesta sexta-feira (23/12) durante reunião do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas.
O material faz um panorama sobre as metas fixadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) no chamado Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) 13 – Ação contra a mudança global do clima. A redução das emissões de GEEs, a mitigação dos efeitos nocivos das mudanças climáticas e fomentar a resiliência das pessoas, do ambiente e da sociedade frente à problemática estão entre os objetivos do ODS 13. O documento foi produzido a partir dos dados mais recentes de diversas fontes e abrange o período a partir de 2015.
Os dados serão geridos pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) que criou, em 2022, uma Assessoria do Clima para tratar das iniciativas do Rio Grande do Sul voltadas à mitigação das mudanças climáticas. As informações vão ser utilizadas pela Sema no desenvolvimento do Plano de Mitigação e Adaptação Climática do RS, que será lançado em 2023.
No Estado, a agropecuária é a responsável pela maior parte das emissões (50,8%), seguida do setor de energia (27,4%) e do segmento de mudança do uso da terra e floresta, que engloba o desmatamento (16,6%). No Brasil, a mudança do uso da terra e floresta foi responsável por 48,3% das emissões em 2020, acompanhada da agropecuária (24,4%) e do setor de energia (19,1%).