O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Ijuí é outro segmento que sente os impactos da situação gravíssima em que se encontra todo o sistema de Saúde do Estado por conta do pior momento do enfrentamento da pandemia do coronavírus.
Se a ocupação dos leitos de UTI na colmeia do trabalho preocupa, as ambulâncias que realizam o atendimento pré-hospitalar móvel de toda a cidade e de mais 13 municípios da região, não é diferente. Segundo a coordenadora do Samu em Ijuí, enfermeira Carla Mello, atendimentos dentro do município tem gerado um tempo de 40 min a 1 hora de espera.
Além disso, o Samu possui convênio com outros 13 municípios vizinhos da região de abrangência da 17ª Coordenadoria Regional de Saúde, ou seja, além dos casos atendidos na colmeia do trabalho, são mais 13 locais que dependem dessa assistência.
Diante do cenário, a enfermeira responsável pelo serviço em Ijuí disse que existem situações em que um paciente que necessita de respirador, chega a esperar por até 4 horas dentro da ambulância para aí ser locado a hospitais vizinhos, por não possuir vagas em UTIs nem respiradores disponíveis.
Por outro lado, Carla Mello disse observar, em meio a pandemia, uma queda no atendimento em relação aos chamados traumáticos, mas um aumento drástico de pacientes com surtos psicóticos e tentativas de suicídio, por exemplo. Em Ijuí, são atendidos diariamente de 15 a 18 chamados.
Para atuar nesse serviço são duas viaturas e duas equipes médicas: uma que presta suporte avançado, composta por um médico, um enfermeiro e o condutor socorrista, e o suporte básico, com um técnico de enfermagem e o condutor socorrista.
Segundo a coordenadora, o Samu de Ijuí atende, atualmente, cerca de três a quatro chamados intermunicipais diariamente, o que acarreta numa demanda de tempo muito maior, já que a equipe precisa se deslocar a outro município. No retorno de cada atendimento, as viaturas passam por uma desinfecção geral, realizada pela própria equipe, em razão da Covid.