População idosa brasileira cresce e cuidados com a saúde bucal são essenciais para evitar complicações e isolamento social.
A saúde bucal é um pilar para a qualidade de vida na terceira idade, impactando desde a nutrição, autoestima e a socialização. Com o envelhecimento da população brasileira — que já ultrapassa 30 milhões de pessoas acima de 60 anos, segundo o IBGE— a necessidade de cuidados odontológicos especializados torna-se cada vez mais urgente.
Dados alarmantes revelam que cerca de 40% dos idosos no país perderam todos os dentes, um quadro que pode levar à desnutrição, isolamento social e agravamento de doenças crônicas. Especialistas destacam que a prevenção e os cuidados diários são categóricos para mudar essa realidade.
Com o avançar da idade, a boca passa por transformações que demandam vigilância constante. Muitos idosos sofrem com a redução de saliva – efeito colateral comum de medicamentos para pressão ou depressão. Essa secura bucal facilita o aparecimento de cáries na raiz dos dentes e infecções por fungos, especialmente sob dentaduras mal adaptadas.
As doenças da gengiva representam um perigo particular. Evoluem sem alarde, corroendo o suporte ósseo dental sem causar dor aparente. “A periodontite é traiçoeira. Quando os sintomas aparecem, o estrago já está avançado”, alerta o periodontista Cassiano Rosing, professor da UFRGS.
Outra ameaça real é o câncer bucal, cujo risco aumenta com décadas de exposição ao fumo e álcool. Para completar, próteses desajustadas e dificuldades de coordenação motora tornam a higiene mais difícil, criando portas abertas para inflamações e feridas crônicas.
Encontrar um dentista preparado para os desafios da terceira idade é decisivo. Em São Paulo, por exemplo, onde não faltam opções clínicas, a busca deve ir além do preço. O ideal é procurar por dentista em São Paulo com formação em odontogeriatria – especialidade que compreende as particularidades do envelhecimento bucal.
A internet se tornou ferramenta nessa busca. Ademais, famílias utilizam plataformas digitais, como a AvaliaMed, para consultar avaliações de outros pacientes, verificar especializações e confirmar experiências anteriores com idosos.
Esses detalhes fazem toda a diferença na escolha de um profissional que una conhecimento técnico, atendimento humanizado e infraestrutura adaptada – requisitos essenciais para quem tem mobilidade reduzida ou necessidades especiais.
Consultas regulares ao cirurgião-dentista detectam precocemente problemas. “O diagnóstico inicial aumenta as chances de cura, com mínimo impacto funcional e estético”, destaca a cirurgiã-dentista Dany Moura em uma postagem do OGlobo.
Para idosos com mobilidade reduzida ou dependentes, o atendimento domiciliar (home care) é uma alternativa crescente. “Atendemos no consultório ou em casa, dependendo das necessidades do paciente”, comenta Dra. Tânia Larceda.
Cuidadores e familiares também devem receber orientações para auxiliar na higiene bucal e identificar sinais de alerta, como feridas que não cicatrizam, nódulos ou sangramentos persistentes – possíveis indicativos de câncer bucal.
O que se come e os remédios de uso contínuo alteram diretamente a saúde da boca. Açúcares e carboidratos refinados – abundantes em pães, biscoitos e massas – servem de alimento para bactérias que atacam especialmente a raiz dos dentes, região mais vulnerável em idosos.
Já medicamentos comuns na terceira idade, como controladores de pressão e antidepressivos, costumam reduzir a produção de saliva. Este efeito colateral abre caminho para infecções e desconfortos. “A hidratação constante é fundamental. Casos mais severos podem demandar até o uso de salivas artificiais”, aconselha a odontogeriatra Dra. Tânia Larceda em um post no portal Nova Maturidade.
Nutricionistas reforçam: uma dieta com fibras, pobre em açúcar e acompanhada de água abundante é uma das melhores estratégias para proteger dentes e gengivas ao longo dos anos.
A escovação correta segue sendo a principal arma de prevenção. O recomendado é optar por escovas de cerdas macias ou elétricas, que garantem limpeza eficiente sem machucar gengivas mais sensíveis. “O movimento deve ser suave, abrangendo toda a superfície dos dentes e gengivas, por pelo menos dois minutos”, orienta José Cícero Dinato, implantodontista da Academia Gaúcha de Odontologia.
Para a limpeza entre os dentes, as escovas interdentais são mais práticas que o fio dental para quem tem dificuldades motoras. Já os irrigadores orais – aparelhos que lançam jatos de água – são excelentes para quem utiliza próteses fixas ou implantes, ajudando a remover resíduos em locais de difícil acesso.
O uso de cremes dentais com flúor e enxaguantes bucais antissépticos completa a rotina, protegendo contra cáries e o acúmulo de placa bacteriana.
Cuidar da saúde bucal na maturidade significa muito mais que manter dentes bonitos. Trata-se de preservar a capacidade de mastigar alimentos, garantir uma nutrição adequada e, acima de tudo, manter o prazer de viver.
Um estudo publicado pela Semantic Scholar adverte: a perda dentária ou o uso de próteses mal adaptadas geram profundos impactos na qualidade de vida, incluindo constrangimento social e estresse psicológico.
A boa notícia é que esse quadro pode ser revertido. Com prevenção consistente, acesso a tecnologias odontológicas modernas e o apoio de profissionais especializados – como os dentistas em São Paulo que se dedicam à odontogeriatria –, é possível chegar à melhor idade com um sorriso não apenas saudável, mas também confiante. A autonomia e o bem-estar passam, inevitavelmente, por uma boca bem cuidada.