Em coletiva na Federasul, a coordenadora de inteligência de mercado da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados), Priscila Linck, falou sobre os impactos do tarifaço de Donald Trump ao setor no Rio Grande do Sul. Segundo ela, o Estado exporta 60% do total de embarques do Brasil para os Estados Unidos e que as novas taxas, que entraram em vigor nesta quarta-feira (06), inviabilizam as operações. A coordenadora explica que os produtos enviados ao mercado norte-americano têm particularidades: são calçados em couro, com alto valor agregado, feitas sob demanda, com alterações, geralmente com a marca dos clientes, o que, diferente de outros segmentos, dificulta o envio a outros mercados.
Priscila Linck afirma que no país cerca de 8 mil postos de trabalho estão ameaçados pelas tarifas de Trump, metade deles no Rio Grande do Sul. A representante da Abicalçados alerta que as empresas consultadas estimam que desligamentos de funcionários podem ocorrer em 90 dias. Em relação às tarifas, Priscila entende que a taxa não voltará aos patamares anteriores ao anúncio da Casa Branca, no entanto, espera que elas sejam reduzidas a um índice que dê competitividade ao Brasil na comparação com tarifas a mercados asiáticos. Entre as medidas demandadas pelo setor estão um programa emergencial de manutenção de empregos, elevação de taxas do Reintegra de 0,1 para 3% e liberação de créditos acumulados de ICMS.