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Unijuí obtém patente de semente de aveia branca e pesquisa variedade de soja marrom

2 de julho de 2024

A Unijuí conta com a segunda patente de semente própria, produzida através do Programa de Melhoramento Genético de Grãos, no Irder – Instituto Regional de Desenvolvimento Rural, localizado em Augusto Pestana, limite com Ijuí. Nos últimos dias, a universidade teve aprovação da proteção da cultivar URNRS22, uma variedade de aveia branca, pelo Ministério da Agricultura. A aprovação da patente garante que a constituição genética seja propriedade exclusiva da Fidene e pertença intelectualmente à Universidade.

O coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Grãos, professor Ivan Ricardo Carvalho, explica que todo o trabalho para o desenvolvimento da cultivar levou cerca de oito anos. Ele frisa que a cultivar tem ampla aptidão para biomassa/cobertura de solo, grãos e para a cadeia produtiva animal. Isso possibilita o uso em diferentes nichos de mercado.

Domingo, 30, às 6 horas e 30 minutos, Ricardo Carvalho ampliou o assunto durante entrevista no programa Progresso Rural da RPI. O professor ressalta que agora ocorre negociação para que uma empresa sementeira firme parceria com a Unijuí e produza a mencionada variedade de aveia branca em larga escala para disponibilizar no mercado, ou seja, aos agricultores.

Ricardo Carvalho enfatiza que a cultivar está muito bem adaptada para Ijuí e região, até por ter sido produzida no microclima local. O potencial de rendimento médio varia de 63 a 70 sacas por hectare. Além disso, a espécie de aveia branca pesquisada pela Unijuí possui boa tolerância à ferrugem e é bastante positiva para o nitrogênio, o que pode resultar em redução de gastos com ureia.  Na mesma entrevista domingo pela manhã no Progresso Rural, o professor dos cursos de Agronomia e Medicina Veterinária comentou que a perspectiva é que a semente esteja disponível no mercado a partir do próximo ano.

Ricardo Carvalho ainda detalhou a pesquisa em andamento, também no Irder, para produção de variedade de soja marrom. Trata-se de semente com alto potencial de proteína, com boa inserção para alimentação bovina, através de ração, além da produção de óleo. Atualmente, das mais de quatro mil cultivares de soja no mercado brasileira, há apenas uma variedade marrom, pesquisada em Minas Gerais. O restante e de soja amarela, como se conhece na região, utilizado pelos produtores rurais.

O professor Carvalho adianta que a oleaginosa marrom vai apresentar fonte de proteína barata, fácil de adaptação nas lavouras, resistente à falta de chuva e à doenças, inclusive importante para a cadeia da suinocultura. A produtividade média fica entre 66 e 68 sacas por hectare. A pesquisa da semente de soja marrom ainda deve durar dois anos.

A Unijuí já encaminhou para o Ministério da Agricultura o pedido para proteção intelectual da mencionada cultivar, ou seja, para ter a patente da semente. O Programa de Melhoramento Genético de Grãos já conta com outra patente aprovada, que é de linhaça, conquistada em 2022. Abaixo confira a entrevista com Ricardo Carvalho:

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí