Há três anos morando em Ijuí, a venezuelana Indira Mendoza concedeu uma entrevista à Rádio Progresso na manhã desta sexta-feira (02) para falar sobre o cenário na Venezuela após as eleições do último domingo (28). Segundo ela, a situação no país é preocupante e diversos direitos humanos estão sendo violados.
Na madrugada de segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) anunciou que Nicolás Maduro foi reeleito presidente com 51,22% dos votos válidos. A contagem dos votos foi rapidamente contestada pela oposição, que acusou fraude por parte do órgão eleitoral dominado pelo chavismo, e exigiu acesso às atas de votação de todas as seções eleitorais, denunciando que não foram disponibilizadas. Líderes internacionais também não acataram o resultado anunciado e pediram transparência.
De lá para cá, o cenário é de caos nas ruas do país vizinho. Os venezuelanos também não reconhecem a vitória de Maduro. Nos microfones da RPI, Indira expressou tristeza, indignação e, principalmente, preocupação com o que, de fato, está acontecendo na Venezuela. “A situação está muito pior que vocês sabem. Existem imagens e vídeos que a imprensa não divulga. Maduro não está aceitando que a ditadura caiu, que o povo não quer ele. Depois que o povo começou a sair para rua cobrar seus direitos, estão sendo reprimidos. O governo está mandando matar as pessoas. É uma tristeza não termos acesso aos nossos direitos. Em respeito aos familiares e às crianças, não vamos divulgar os vídeos que temos recebido de nossos familiares e amigos que estão lá, mas até dentro de casa a oposição não está segura”, lamenta a venezuelana.
Apesar da situação relatada, Indira diz manter a esperança de que o verdadeiro resultado das eleições seja reconhecido. “Nós com certeza temos uma esperança de que Edmundo González vai ser reconhecido por Maduro como novo presidente. Nós temos esperança de que ele vai entregar o mandato e que realmente o nosso povo venezuelano e todos os imigrantes que estão ao redor do mundo vão conseguir voltar à Venezuela e reunir-se com seus familiares”, afirma.
Ouça abaixo a entrevista completa: