A vereadora ijuiense Bruna Gubiani fez uma denúncia durante a sessão do legislativo na última segunda-feira (11). Ela teria recebido informações de servidores da saúde do município, de que o Secretário, Márcio Strassburger, estaria orientando os médicos a limitar o número máximo de oito exames por pacientes via SUS, o que, segundo ela, é inconstitucional, já que não existe nenhum protocolo dentro da política pública do SUS. Ainda em sua fala, a edil lembrou que os profissionais médicos podem responder por essa ação dentro do conselho de ética da categoria, por estarem encaminhando à rede privada, pacientes do Sistema Único de Saúde. “Se a pessoa está buscando os serviços via SUS é justamente pela falta de recursos de fazê-los de forma privada” afirma.
A vereadora disse que entrou em contato com o Conselho Municipal de Saúde e que se o município não tomar nenhuma providência, vai encaminhar a denúncia ao Ministério Público.
A reportagem da Rádio Progresso entrou em contato com o secretário de Saúde de Ijuí, que esclareceu a situação. Segundo Márcio Strassburger, a Secretaria está passando por um processo de mudança no sistema de regulação desses exames. Ele explica que antes, quando o paciente ia pra uma consulta, o médico solicitava o exame laboratorial, que caia na regulação para que fosse autorizado ou não, para depois ser liberado ao paciente, o que demorava aproximadamente uma hora. Agora, a secretaria está trabalhando na ideia de que o paciente consulte com o médico, e quando solicitado o exame, este já saia impresso e seja entregue na hora ao paciente. “Nós queremos que o nosso próprio sistema faça esse processo, de não passar pela regulação, mas que ele (o sistema) faça a organização do prestador, já que hoje temos cerca de sete laboratórios responsáveis pelos exames laboratoriais” explica o secretário. Segundo ele, há cerca de um mês o sistema já havia tentado esse ajuste, sem sucesso.
O que acontece agora é uma nova tentativa: “Só que eles resolveram colocar uma mensagem e uma organização do sistema, solicitando os oito exames iniciais, que são aqueles autorizados sem análise nenhuma, e os demais, o médico precisa ter justificativa clínica pra solicitar” afirma. No entanto, isso foi inserido numa aba chamada ‘rede privada’, o que não pode, segundo Márcio, já que se trata do SUS. “É uma luta nossa contra o sistema, precisamos evoluir, estamos em processo de licitação de novo sistema para dar mais agilidade e tranquilidade nessa questão” salienta Strassburger.
Segundo ele, a secretaria precisa evoluir em vários aspectos, como o teleagendamento. No novo sistema, a pasta quer dispor uma agenda virtual para que o paciente possa acompanhar via internet, além de um aplicativo para o acompanhamento das informações. Nos próximos dias será feita uma nova tentativa de colocar o novo sistema no ar, ou seja, essa situação, segundo o secretário, deve ser normalizada em breve.