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Por que brasileiros tendem a usar mais a tecnologia nos dias de hoje?

29 de junho de 2022

O Brasil é um país gigantesco – em termos territoriais e mesmo do tamanho de sua população. Mas há um consenso em meio a toda essa vastidão: brasileiros gostam de novidades, gostam de tecnologia, uma afirmação corroborada por pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas. A pesquisa coloca o país como um dos mais digitalizados do mundo, e demonstra isso através de números: hoje, são 447 milhões de dispositivos digitais em uso espalhados por todo o país, considerando computadores, tablets, smartphones, notebooks e afins, totalizando ao menos 2 aparelhos por habitante, num índice semelhante ao de nações mais ricas.

Não há o que discutir: os brasileiros adotaram o mundo digital para si. Usamos computadores e smartphones para nos conectarmos com o resto do globo, para realizarmos operações bancárias,  para assistirmos filmes e séries de onde quer que seja (com uma forcinha de serviços de VPN também, de uso crescente no país), para acessarmos serviços públicos (caso recente de iniciativas como o Auxílio Emergencial), dentre tantos outros usos.

Podemos relacionar estas tecnologias e iniciativas de digitalização também a uma ideia de comodidade – uma palavra que salta aos olhos ao pensarmos num país em que longas filas e burocracia por vezes são sinônimos quando se considera acesso a serviços oferecidos pelo estado, por exemplo. Com uma base digital em franca expansão, ainda que com alguns problemas de acesso, é natural que cada vez mais a tecnologia passe a fazer parte do cotidiano do brasileiro: ganha-se tempo, para dizer o mínimo.

A digitalização não se restringe ao estado, porém, visto que cada vez mais bancos passam a adotar um modelo cada vez mais digital – são contas inteiramente digitais, abertas por meio de aplicativos e sem a necessidade de visitar uma agência física, carteiras digitais que prometem rendimentos superiores à poupança, dentre outras iniciativas que levam ao público a adotar a tecnologia cada vez mais. Tais tendências afetam positivamente a economia local, atraindo investidores, por exemplo. Nada disso adianta sem o famigerado acesso, porém, mas o Brasil vem se destacando nesse sentido também: em 2020, 83% das famílias brasileiras contavam com acesso à banda larga, um aumento de 13% em relação aos 70% do ano anterior.

Outra palavra-chave para entender o fenômeno, também relacionada ao acesso, é “disponibilidade”. Com incontáveis provedores de internet espalhados pelo país, com planos que atendem às mais variadas necessidades e orçamentos, soma-se à penetração que os aparelhos celulares têm dentro do país – de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, há mais de um smartphone por pessoa, totalizando 242 milhões de aparelhos, em um país cuja população ultrapassa pouco mais de 214 milhões de habitantes. A adoção de tecnologias combina com a personalidade do brasileiro, que busca formas mais práticas de resolver pequenos problemas cotidianos e também novas formas de interagir com meio e aqueles ao seu redor; através de celulares e computadores nos conectamos com o mundo, com nossos familiares e amigos, cuidamos de nossas finanças, marcamos consultas, fazemos absolutamente de tudo. E com o acesso cada vez mais facilitado, a tendência é que nos digitalizemos cada vez mais.