Busca rápidaX


MANCHETES

Pós-doutor, natural de Ijuí, explica diferença entre febre maculosa no RS e regiões mais quentes do país

22 de junho de 2023

As quatro mortes causadas pela febre maculosa, além de casos da doença, referente a pessoas que participaram de uma festa numa fazenda, no interior de Campinas, em São Paulo, no início deste mês, resultaram em apreensão em todo o Brasil.

No entanto, o pós-doutor, professor e pesquisador da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás, Felipe da Silva Krawczak, durante entrevista para a RPI, hoje pela manhã, disse que não há motivo para pânico, pois o problema não foge à normalidade e a febre maculosa ocorre todo o ano.

O número de casos se mantém estável ao longo dos últimos anos. No país, acontecem de 60 a 80 mortes anualmente por conta da patologia, a grande maioria na região sudeste, especialmente em São Paulo. Felipe Krawczak, que é natural de Ijuí, esclarece que no Rio Grande do Sul não há presença do carrapato-estrela, que transmite a bactéria da febre maculosa aguda, constatada do norte do Paraná para cima. Isso ocorre, poque em função das baixas temperaturas, o parasita não sobrevive no Rio Grande do Sul.

Porém, no território gaúcho existe outro tipo de carrapato, que pode provocar febre maculosa mais fraca, que não leva a óbito. Por isso, o professor pede que as pessoas procurem atendimento médico se perceberem carrapatos na roupa ou no corpo e se, especialmente, de 2 a 14 dias após picada do parasita começarem a sentir febre, dores de cabeça e nas articulações, lesão ou ínguas no local da picada.

Felipe Krawczak ainda observa que em fase de larvas, o parasita é praticamente invisível na pele. O carrapato pode ficar no corpo da pessoa por período longo, por exemplo, de 5 a 7 dias. Por outro lado, para transmitir a febre maculosa, o parasita tem que permanecer, no mínimo, por 4 horas com constantes picadas no ser humano. O problema é que a saliva do carrapato possui uma substância analgésica que provoca falta de sensibilidade na pessoa, por isso, ela pode não sentir a ação.

O carrapato-estrela habita, principalmente, em capivaras e equinos. O professor da Universidade Federal de Góias ainda destaca que cães e gatos são hospedeiros do parasita, diante disso, a importância em usar carrapaticida nesses animais domésticos. Por fim, Felipe Krawczak enfatiza que a febre maculosa não é transmitida pelos animais e nem entre pessoas, ou seja, apenas pelo carrapato.

Fonte: Rádio Progresso de Ijuí