Credores da Cotrijui, em liquidação judicial, começarão a ser pagos. A cooperativa, que já foi a maior da América Latina, está sob intervenção da Justiça desde 2018. Após uma decisão que afastou a possibilidade de retomada da atividade econômica, outra, da semana passada, autorizou o começo da quitação de dívidas e a venda de sucata e máquinas.
Sócio da Brizola e Japur, nomeada pelo Poder Judiciário para executar a liquidação, Rafael Brizola Marques conta que, inicialmente, serão pagos cerca de R$ 10 milhões para 1,2 mil ex-funcionários. O valor vem de arrendamentos e do resultado da rede de supermercados.
Hoje pela manhã, Rafael Brizola disse para a RPI que neste momento ocorre repasse de dinheiro apenas referente a rescisões trabalhistas, ou seja, para quem trabalhou na Cotrijuí. Comentou que são verbas rescisórias originadas após a intervenção judicial. Não há previsão de outros pagamentos, por exemplo, para agricultores que depositaram grãos na Cotrijuí e até agora têm valores a receber.
A expectativa é avançar com a venda de outros bens. Estima-se que sejam necessários R$ 50 milhões para pagar trabalhadores, credores que têm preferência sobre as dívidas fiscais. Os ativos da cooperativa estão avaliados em R$ 350 milhões.
Os problemas financeiros começaram nos anos 2000,de passivos trabalhistas e tributários a não pagamento de associados e fornecedores por frustrações de safra ou problemas de gestão. Há credores esperando por mais de uma década para receber pagamentos. Com sede em Ijuí, no noroeste do Estado, a Cotrijui colapsou, atingindo dívida de R$ 2,5 bilhões com 11,5 mil credores. Por ser cooperativa, ela não pode ir à falência. Então, é usado o mecanismo da liquidação judicial.