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Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul completa 90 anos nesta quinta-feira

26 de junho de 2025

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) já teve muitos nomes desde a sua criação, em 26 de junho de 1935. Quarenta e cinco secretários já responderam pela pasta, entre eles uma mulher. As funções foram evoluindo ao longo do tempo, acompanhando as modificações e os desafios que o Rio Grande do Sul passou nestas nove décadas.
Os últimos anos foram desafiadores para a Seapi e as respostas que coordenação e servidores tiveram que dar também. Enchentes, secas, pandemia, doenças como a gripe aviária, newcastle, mudaram a rotina e exigiram decisões rápidas. No destaque, alguns destes desafios e as respostas da Secretaria que há 90 anos caminha junto com a história dos gaúchos.
“São nove décadas de história onde a Secretaria, e todo o seu corpo de servidores, souberam inovar e ajudar no desenvolvimento do agro gaúcho. Hoje, o Rio Grande do Sul é referência em muitas áreas da agropecuária gaúcha, fruto do legado e trabalho de cada um nesses 90 anos. Atualmente os desafios são muitos, mas a construção é permanente. O que nos move é a resiliência do nosso povo gaúcho e dos nossos produtores rurais. A criação de políticas públicas é feita a muitas mãos e com a participação de muitos atores, algo que precisa ter continuidade para construirmos um futuro melhor para todos. E o plano é um só: tornar o Rio Grande mais forte”, enfatizou o secretário da Agricultura, Edivilson Brum.
O Serviço Veterinário Oficial
A atuação do Serviço Veterinário Oficial no combate à gripe aviária (H5N1) neste ano de 2025 em uma granja comercial no município de Montenegro correu o mundo. Todas as ações realizadas pelo Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal (DDA) da Secretaria eram acompanhadas pela imprensa, população, produtores e autoridades.
“As atividades de vigilância aqui na Secretaria nós trabalhamos de forma muito intensa desde o final de 2022, quando a influenza aviária chegou na América do Sul. Já no início de 2023, nós criamos um conceito de “tolerância zero para investigação”, ou seja, todos os casos suspeitos eram coletados e enviados para o laboratório de referência em Campinas”, afirma a diretora do DDA, Rosane Collares.
Ela conta que foi assim que a Secretaria trabalhou em 2023, no Taim, com aplicação do Plano de Contingência do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), educação sanitária e vigilância em propriedades. O mesmo aconteceu em fevereiro de 2024, quando teve o registro de influenza em aves silvestres em Rio Pardo, onde o conceito de vigilância no raio de 3km e 10km foi aplicado. “E agora então, quando teve o caso confirmado na avicultura comercial, os servidores já estavam familiarizados com a metodologia de trabalho, trabalhando em raios de atuação, com a ferramenta desenvolvida pela PDSA e isso no deu um grande ganho e garantiu a nossa atuação de forma ágil no foco”, constata Rosane.
conquista de zona livre de febre aftosa sem vacinação com certificação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), há quatro anos, também é fruto deste trabalho de vigilância e de parceria com produtores, entidades e órgãos governamentais.
“De todos os episódios sanitários que tivemos, uma questão que fica é que nós nunca tivemos retrabalho, as nossas atividades sempre foram executadas e concluídas, finalizadas, e não precisamos retornar. Isto é um grande exemplo de como se trata a defesa sanitária animal no Rio Grande do Sul pelo corpo técnico do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal”, declara Rosane.
A Expointer
Outro exemplo de resposta rápida e eficiente aos eventos que se colocaram foi a gestão da Expointer, realizada todos os anos no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Primeiro foi a pandemia, que fez com que a edição de 2020 se tornasse totalmente digital, já que de forma presencial não seria possível. A edição de 2021 também foi realizada com restrições. Como disse o governador Eduardo Leite na época. “Uma característica comum nas duas edições (2020 e 2021): a Expointer não perdeu a sua alma empreendedora. Mais do que isso: a Expointer traduz dois traços do povo gaúcho: superação e reinvenção diante das dificuldades”.
E no ano de 2024, com as enchentes registradas em maio e que deixaram o Parque de Exposições alagado, a Expointer novamente correu o risco de ser cancelada. Mas foi mantida e bateu recordes nos negócios.
“Foi o único evento que aconteceu no Brasil durante a pandemia e foi importante para a preservação da economia, do julgamento dos animais que se preparam desde um ano antes e do resgate do ânimo das pessoas. Se construiu um modelo de controle sanitário para que fosse possível a realização da Expointer, pela primeira vez, 100% digital. Além disso, um sistema de Drive-thru foi montado para a venda de produtos das agroindústrias familiares, importante para o sustento de muitas famílias que têm na Expointer uma importante fonte de renda”, enfatizou a subsecretária do Parque de Exposições Assis Brasil, Elizabeth Cirne-Lima.
Após as enchentes, ela destaca que “a realização da feira só foi possível devido a uma integração de todos os copromotores. Vivemos outra situação de perdas e medos, mas tínhamos a necessidade de uma recuperação econômica e social”.
Doutoras do Agro
Mas não é só de respostas rápidas, resiliência e superação que a Secretaria é feita. É também destaque em publicações pelo mundo. Os pesquisadores do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) sabem bem disso.
Em 2023, a pesquisadora Andreia Mara Rotta de Oliveira foi uma das 100 citadas na lista da Revista Forbes como Doutoras do Agro. Andréia é formada em ciências biológicas e doutora em fitotecnia (estudo das plantas) e tem pós-doutorado em microbiologia agrícola. “A citação do meu nome reflete a importância do trabalho realizado pelos pesquisadores do Departamento de Pesquisa Agropecuária da Seapi, em prol da agropecuária gaúcha e brasileira”. O Departamento conta hoje com 47 servidores com pós-doutorado, 23 doutores e 11 mestres.
“A Seapi, por meio do trabalho dedicado de seus servidores, tem a missão de incentivar a inovação tecnológica e executar a política pública de pesquisa agropecuária. E é justamente essa pesquisa que tem sido — e continua sendo — o motor da prosperidade no campo. Foi ela que nos trouxe até os níveis de produtividade que temos hoje e é ela que vai nos conduzir rumo a uma sustentabilidade plena”, afirma o diretor do DDPA, Caio Efrom.
Irrigação
O problema das enchentes por um lado e da seca por outro. A Seapi criou neste ano de 2025 uma nova Subsecretaria de Irrigação para atender os produtores interessados em garantir uma maior produtividade no campo. O programa Irriga+ prevê apoio financeiro direto ao produtor de 20% do valor do projeto, limitado a R$ 100 mil por beneficiário. “Este é um projeto estratégico do governo do Estado e que todos os esforços estão sendo destinados para a busca de melhores resultados. A irrigação é hoje essencial para a garantia de produtividade do agro”, destaca o subscretário Paulo Salerno.
Em quatro anos, espera-se aumentar a área irrigada em 100 mil hectares, um incremento de 33% das principais culturas de sequeiro, como milho e soja. A meta é mitigar os efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, aumentar a reservação de água e a irrigação.
Os herbicidas hormonais
A regulamentação dos herbicidas hormonais foi outra inovação da Secretaria que começou no ano de 2018. O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado brasileiro a criar regras para aplicação dos herbicidas hormonais.
“A Seapi, através do Departamento de Defesa Vegetal, desempenhou papel fundamental na regulação e normalização do uso de agrotóxicos. Através da orientação e fiscalização, foi possível a aplicação a campo das diretrizes do manejo de pragas, as boas práticas no uso em conformidade e a aplicação segura no que tange à segurança aos consumidores”, destaca o diretor do Departamento de Defesa Vegetal, Ricardo Felicetti.
E a história da Secretaria tem muitos outros episódios. Para saber mais, acesse:
Fonte: Rádio Progresso de Ijuí e governo estadual
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